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Detido polícia militar e cúmplice por torturar jovem até quase à morte na Venezuela

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Um agente da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar) e a mulher foram detidos por torturas a um jovem, que quase morreu em consequência dos maus-tratos, anunciou hoje o Procurador-geral da Venezuela (PGV), Tarek William Saab.

Foram "detidos, para serem acusados pelo Ministério Público Yesim Linarez (GNB executor) e Luz Celeste Almao Carrera (cúmplice) por privar a vítima da sua liberdade, torturando-o quase até ocasionar-lhe à morte por asfixia, com um saco de plástico", anunciou o PGV numa mensagem na rede social Twitter.

Numa outra mensagem, também no Twitter, Tarek William Saab acrescenta que o Ministério Público da Venezuela "pré-qualificará" os crimes de "tortura, privação ilegal de liberdade, uso de criança para cometer um crime, 'apologia do delito (tentativa de justificação de ações ilegais) e associação para cometer um crime".

O PGR conclui afirmando que sob a sua gestão o Ministério Público assumiu o compromisso de processar, avançar com um processo judicial e punir de forma independente, objetiva e imparcial as violações dos direitos humanos cometidas na Venezuela.

As detenções têm lugar depois de a vítima, Hernis Rivero, denunciar perante o Ministério Público que foi vítima de alegadas torturas, acompanhando a denúncia com vídeo, que circula pelas redes sociais, em que aparece deitado no chão e é espancado, com um saco de plástico na cabeça.

O polícia militar terá obrigado a cônjuge a gravar a agressão.

Segundo a imprensa local, as torturas ocorreram em 25 de julho último e a vítima esteve "três dias em convalescença", para recuperar e apresentar a queixa no Ministério Público.

Num outro vídeo, divulgado pela Internet, Hernis Rivero alega que o polícia militar o acusa de ser um criminoso e ameaça-o de morte.

"Quando me pôs o saco de plástico na cabeça, pela segunda vez, eu já não tinha ar e pensei que morreria. O filho (do agressor, uma criança com 6 anos de idade) aproximou-se e disse: 'papá, aqui está outro saco de plástico, desfrutando do que acontecia", acrescenta a vítima no vídeo.

O agressor terá ainda, em seu poder, os documentos de identificação da vítima.

Entretanto, através das redes sociais, vários jornalistas venezuelanos condenaram o acontecido e iniciaram uma campanha para sensibilizar a população para "não se habituar a ver este tipo de imagens (agressões)" e a fazer a denúncia às autoridades competentes, alertando que se trata de assassínio potencial.