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Alerta para embarcação à deriva com 130 migrantes na costa líbia

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Foto EPA/PAQUI SANCHEZ

O serviço telefónico de ajuda para os migrantes no Mediterrâneo, o Alarm Phone, alertou hoje para a existência de uma embarcação à deriva com pelo menos 130 pessoas a bordo próximo da costa da Líbia.

Segundo o Alarm Phone, o navio encontra-se na zona SAR (sigla inglesa para "Save and Rescue" -- Busca e Resgate) na costa líbia a aguardar pelas equipas de salvamento.

Ao que tudo indica, refere a instituição, o motor da embarcação avariou, tendo várias pessoas caído à água, o que motivou o alerta para um resgate imediato.

Por confirmar estão informações de que o número de pessoas que caiu à água ascende a 20, enquanto outras tantas terão morrido asfixiadas pelos gases do motor.

Sob o 'hashtag' "Não os deixem afogar", os ativistas explicaram que a embarcação não dispõe de botes salva-vidas e que as pessoas necessitam de ajuda, "mas temem ser devolvidas os campos de tortura na Líbia".

Segundo um mapa partilhado pela Alarm Phone, o barco está ao largo da cidade costeira de Zuara (oeste), a 60 quilómetros da fronteira com a Tunísia, que se tornou um ponto de partida para grande parte dos migrantes que tentam chegar às costas europeias vindos da Líbia e que se constituiu também como um centro das máfias transnacionais dedicadas ao tráfico de pessoas. 

Nas últimas horas, pelo menos 16 migrantes perderam a vida e outros 366 foram resgatados, todos homens adultos, durante uma operação conjunta das guardas costeiras da Tunísia e da Líbia num novo naufrágio na costa tunisina de Zarzis (sul).

Estatísticas da Organização Mundial para as Migrações (OIM) indicam que, desde o início do ano, pelo menos 270 migrantes morreram e outros 522 estão desaparecidos na rota central, considerada uma das mais mortíferas do mundo.

Durante o mesmo período, mais de 16.000 pessoas - incluindo 569 menores - foram intercetadas e presas pela Guarda Costeira da Líbia, órgão formado sobretudo pela União Europeia (UE) e que está sob suspeita de diferentes organizações humanitárias internacionais por alegadas ligações às máfias que se dedicam ao lucrativo negócio de traficar pessoas nesta rota.