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Di María acaba com 'seca' da Argentina e de Messi em pleno Maracanã

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Um golo Di María selou no sábado uma sofrida vitória da Argentina sobre o Brasil (1-0), em pleno Maracanã, na final da Copa América em futebol, para acabar com a longa 'seca' dos 'albi-celestes' e de Lionel Messi.

Aos 22 minutos, o ex-jogador do Benfica fez um 'chapéu' a Ederson, outro ex-jogador 'encarnado', depois de uma assistência de Rodrigo de Paul, e selou a 15.ª vitória na prova do conjunto das 'pampas', que não ganhava desde 1993.

Do golo de Di María - ele que já assinara a vitória na final dos Jogos Olímpicos de 2008 -- até à vitória foi, no entanto, preciso sofrer muito, uma imensidão, embora não tenham sido muitas as oportunidades claras dos anfitriões.

Richarlison, aos 54 minutos, e o suplente Gabriel Barbosa, outro ex-jogador do Benfica, aos 87, tiveram nos pés as melhores ocasiões, mas 'esbarraram' em Emiliano 'Dibu' Martínez, o 'herói' das 'meias', que respondeu com duas enormes defesas.

A Argentina, que nunca tinha ganho fora ao Brasil num jogo oficial e tinha perdido face aos 'canarinhos' nas finais de 2004 e 2007 e nas 'meias' de 2019, foi bem mais defensiva na segunda parte, mas, com o arriscar tudo do Brasil, também poderia ter marcado o segundo, por Messi (88 minutos) e De Paul (90+3).

Como isso não aconteceu, o 'onze' que Lionel Scaloni geriu com grande mestria teve de aguentar até final para, finalmente, 28 anos depois, voltar a ganhar um grande título, que muitos vezes tinha fugido aos argentinos por 'entre os dedos', no pormenor.

Além de Di María, eleito o melhor em campo, e Emiliano Martínez, destaque para o médio Rodrigo De Paul e para toda a defesa, incluindo o central benfiquista Otamendi, muitas vezes quase no limite da agressividade, como o ex-'leão' Acuña.

Melhor jogador e marcador da prova, troféus que recebeu no fim do jogo, Messi teve, na sua quinta final, a ajuda que não apareceu noutras, rubricando uma exibição com mais transpiração do que inspiração -- deu tudo e, finalmente, levantou um troféu.

Na formação brasileira, com o extremo benfiquista Everton até aos 63 minutos, Neymar, em busca -- como Messi -- do primeiro grande título pelo Brasil, foi dos mais perigosos, mas não conseguiu fazer a diferença, sendo muito massacrado com faltas.

Em relação às 'meias', o Brasil manteve o 'onze', em 4-2-3-1, enquanto a Argentina mudou cinco 'peças' no seu 4-3-3, três na defesa (Montiel, Romero e Acuña em vez de Molina, Pezzella e Tagliafico), uma no meio-campo (Paredes por Guido Rodríguez) e outra na frente (Di María por Nicolás González).

O encontro começou nervoso, logo com uma falta dura de Fred, que foi 'amarelado', e as duas equipas a falharem muitos passes, num relvado demasiado irregular, com a bola a saltar muito, e as duas defesas a imporem-se sem grandes dificuldades.

As primeiras ameaças foram do Brasil, com remates, amortecidos pela defesa, de Neymar, aos 13 minutos, e Richarlison, aos 20, enquanto a Argentina foi letal no primeiro ataque perigoso.

De Paul fez um lançamento em profundidade do seu meio-campo para Di María, que, aproveitando uma falha de Lodi, incapaz de intercetar a bola, ficou isolado, colocou a bola a jeito do seu pé esquerdo e fez um belo 'chapéu' a Ederson, aos 22 minutos.

O Brasil respondeu com um 'tímido' remate de Casemiro, aos 26 minutos, para, aos 29, Di María fletir da direita para o meio e rematar com perigo, mas contra a defesa contrária, seguindo-se um contra-ataque de Messi, que atirou ao lado, aos 33.

Até ao intervalo, os argentinos foram conseguindo controlar os anfitriões, que voltaram a esbarrar na defesa contrária, num livre de Neymar, aos 34 minutos, e num remate de Everton, aos 42.

Para a segunda parte, Tite trocou Fred por Roberto Firmino e o Brasil assumiu o comando do jogo, criando uma grande oportunidade aos 54 minutos: Neymar isolou Richarlison, que rematou para 'enorme' intervenção de Emiliano Martínez.

Com mais espaço para contra-atacar, a Argentina foi fazendo algumas tentativas, mas o Brasil continuou mais perigoso, valendo Tagliafico, aos 71 minutos, a importunar Lucas Paquetá, depois de mais um grande passe de Neymar.

As substituições sucediam-se, bem como as faltas cirúrgicas dos argentinos para parar ataques perigosos os brasileiros, que voltaram a criar uma boa situação aos 83 minutos, valendo desta vez Pezzella, a desviar para canto um remate de Gabriel Barbosa.

Aos 87 minutos, 'Gabigol' teve a última grande ocasião dos 'canarinhos', na sequência de um canto marcado na esquerda por Neymar, mas o seu grande remate foi defendido de forma espetacular por Emiliano Martínez.

O Brasil arriscava tudo e, aos 88 minutos, foi a Argentina que poderia ter marcado o segundo, com Messi a arrancar e a tabelar com De Paul, que isolou o 'capitão', mas este, na 'cara' de Ederson, tentou a finta e escorregou.

Nos descontos, 'intermináveis' para os argentinos, poderia ter surgido novamente o 2-0, com De Paul, na raça, a isolar-se, mas a esbarrar em Ederson.

Em 'cima' dos cinco minutos de compensação, o árbitro uruguaio Esteban Ostojich apitou pela última vez e todos correram para cima de Lionel Messi, para festejar o título que o 'capitão' perseguiu há uma vida. Aconteceu face ao Brasil, no Maracanã. Foi mágico.