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China apela ao fim das restrições à exportação de vacinas contra a covid-19

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O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, pediu hoje aos produtores de vacinas contra a covid-19 que evitem "restrições à exportação" ou que as monopolizem "excessivamente", para eliminar diferenças entre países ricos e pobres.

"Os membros do G20 devem perseverar na cooperação e liderar a luta global contra a pandemia. A China apela aos países capazes de fornecer vacinas para evitar restrições à sua exportação ou acumulação excessiva", disse Wang, durante a sua intervenção por vídeo na reunião de ministros de Negócios Estrangeiros do G20, que se realiza presencialmente em Matera (Itália).

"Até agora, a China forneceu mais de 450 milhões de doses de vacinas para quase 100 países", enfatizou Wang, acrescentando que "todas as partes devem responder à pandemia e fornecer mais apoio aos países em desenvolvimento".

Wang Yi defendeu o multilateralismo - tema ao qual o fórum é dedicado - como um "elemento estabilizador" da ordem internacional, mas destacou que "o G20 deve dar o exemplo e realmente colocá-lo em prática".

"O multilateralismo não é um 'slogan' bombástico ou uma embalagem para o unilateralismo. Consiste em proteger o sistema internacional, com as Nações Unidas no centro, ou em aderir à abertura e tolerância perante políticas exclusivas", disse o chefe da diplomacia chinesa.

Da mesma forma, Wang defendeu "a construção de uma economia mundial aberta" na qual "a estabilidade das cadeias globais de abastecimento" seja mantida e "evitada a fragmentação do mercado internacional ou a politização dos mecanismos de cooperação".

A Itália, que detém a presidência rotativa do G20, dedicou este fórum às questões do multilateralismo e, pela primeira vez, organizou um encontro conjunto entre os ministros dos Negócios Estrangeiros e os do Desenvolvimento.

O ministro dos Negócios Estrangeiros anfitrião, Luigi Di Maio, abriu a sessão de hoje afirmando que "a Itália apoia o multilateralismo efetivo", enquanto o seu homólogo norte-americano, Antony Blinken, também defendeu o multilateralismo como "a melhor ferramenta para enfrentar os desafios" que o mundo enfrenta, desde a pandemia de covid-19 até à crise climática e à recuperação económica.

A reunião do G20 conta com a presença de 32 delegações, incluindo ministros de países membros desta organização, representantes de países africanos, instituições e entidades europeias como a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) ou o Programa Mundial de Alimentos (PMA).

Não compareceram o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, que enviou em seu lugar o vice-ministro, Alexander Pankin, nem Wang Yi, que participou remotamente, tal como os ministros do Brasil e da Austrália.