É hora de pôr fim ao comodismo

Vivemos numa sociedade extremamente tolerante, quase sem objetivos ou sonhos, desiludida, diria até que decadente pelo facto de que os cidadãos que diariamente tentamos cumprir regras, leis, trabalho, os contribuintes sentimo-nos cada vez mais desprotegidos, castigados, penalizados, indignados, revoltados e sobre tudo impotentes perante este continuar de perseguições e opressões ao cidadão comum. Já sem falar do castigo a que cada dia que passa somos submetidos a uma carga fiscal direta e indireta insuportável, olhem só para o exemplo dos combustíveis, os mais caros da Europa. E sem meios para combater esta diversidade, continuamos impávidos e serenos á espera dum milagre ou dum messias. Mas afinal de quem será a culpa? Infelizmente continuamos a acreditar em profecias e promessas vans da parte duma classe política que usa e abusa do poder para benefícios individuais ou seus cúmplices, e faz com que os cidadãos cada vez mais deixem de acreditar na classe política e com alguma razão. Mas será que nós os que continuamos a cumprir minimamente as nossas obrigações, não teríamos o dever de fazer frente a esta classe de administração que anda à 47 anos a enganar o povo tirando-lhe o poder de se indignar. O surgimento de novas vertentes políticas que querem classificar de extremistas, não é mais do que o resultado duma gestão escandalosa, desavergonhada e catastrófica, daí que as pessoas começam a se cansar disto e a mostrarem a sua indignação e revolta contra um sistema caduco. É hora de por fim ao «comodismo» e saltar do sofá, da frente da TV ou da cadeira do café onde habitualmente se ouvem os lamentos e protestos e mostrar que afinal existem alternativas para mudar o paradigma da democracia. Os cidadãos de bem aqueles que achavam que devem continuar quietos no seu canto, temos de nos organizar e mostra que estamos presentes para reivindicar o que por direito nos pertence, a liberdade e a democracia. Não podemos continuar tolerantes e indiferentes pois se não reagirmos com coragem e determinação no combate a esta situação, seremos no futuro apelidados de covardes e cúmplices desta miséria a que a ignorância e a falta de cultura democrática conduziu a nação. Não tenhamos medo, qualquer oportunidade que nos seja dada para mostrar a nossa indignação e revolta contra este estado de coisas não a podemos deixar fugir sob pena de hipotecar o futuro dos nossos filhos, netos e quem sabe no imediato o nosso próprio futuro. Não iremos continuar a creditar que aqueles que criaram o atual estado de degradação a que o país chegou, venham a ser a solução para um problema que já ultrapassou uma geração. Porque queremos cidadãos livres e não um povo cada vez mais condicionando a sua liberdade à custa da cada vez maior dependência do estado. Ansiamos um projeto novo, onde o povo se sinta livre e útil à sociedade, não os coitados subsídio-dependentes dum estado ladrão, corrupto que persegue quem trabalha, massacra com uma carga de impostos quem produz, para sustentar vícios e promover a miséria. Até quando iremos continuar tolerantes e indiferentes a este drama que se apoderou da democracia á conta da liberdade. Chega de ingenuidade e de resignação porque Portugal com justiça.

A.J.Ferreira