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Membros do Hamas desfilam em Gaza e líder aparece pela primeira vez

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Combatentes do Hamas, de armas de assalto em punho, desfilaram hoje em Gaza, com o líder do grupo a fazer a sua primeira aparição pública após 11 dias de guerra com Israel.

O desfile surgiu após o cessar-fogo que vigora desde sexta-feira e que interrompeu a quarta guerra entre Israel e os militantes islâmicos do Hamas (o movimento que governa a Faixa de Gaza) em pouco mais de uma década.

Nos combates, Israel fez centenas de ataques aéreos contra alvos em Gaza, enquanto o Hamas e outros militantes dispararam mais de 4.000 foguetes contra Israel. Perto de 250 pessoas morreram, a maioria palestinianas.

Durante o dia de hoje, dezenas de militantes do Hamas, vestidos com roupa de camuflagem militar, desfilaram na tenda de luto para Bassem Issa, um comandante morto nos combates, noticia a agência Associated Press (AP).

O principal líder do Hamas em Gaza, Yehiyeh Sinwar, prestou homenagem ao comandante naquela que foi a sua primeira aparição pública desde o início da guerra, acrescenta a AP.

A casa de Sinwar foi, tal como a de outras figuras do Hamas, bombardeada por Israel num ataque ao que diz ter sido a infraestrutura militar do grupo.

O ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, afirmou que as figuras de topo do Hamas continuam a ser alvos.

O cessar-fogo em vigor desde sexta-feira colocou uma pausa na pior escalada de violência em Gaza desde 2014, tendo já provocado pelo menos 243 mortes, incluindo 66 crianças.

O Egito - com o apoio da Jordânia, dos Estados Unidos e da ONU - foi o principal mediador nas negociações de paz, sendo o único país que mantém canais diplomáticos abertos com ambas as partes.

Citado pela AP, um diplomata egípcio disse hoje que duas equipas de mediadores estão em Israel e nos territórios palestinianos para continuar as conversações sobre o estabelecimento de um acordo de cessar-fogo a longo prazo.

As hostilidades tinham começado em 10 de maio com disparos de 'rockets' do Hamas contra Israel em "solidariedade" com as centenas de palestinianos feridos em confrontos com a polícia israelita na Esplanada das Mesquitas, terceiro local santo do islão junto ao lugar mais sagrado do judaísmo, em Jerusalém Oriental.

Após aqueles primeiros tiros de 'rockets', Israel lançou uma operação para "reduzir" as capacidades militares do Hamas, multiplicando os ataques aéreos na Faixa de Gaza, território sob bloqueio israelita há quase 15 anos.

Nos 11 dias de confronto, foram disparados mais de 4.400 foguetes desde Gaza contra Israel, que respondeu com mais de 1.600 ataques aéreos, tendo por alvo posições do Hamas.

A Faixa de Gaza é um território exíguo com dois milhões de habitantes, sob bloqueio israelita há quase 15 anos.