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Alta tensão e acusações entre separatistas pró-russos e ucranianos

Foto Anatolii STEPANOV/AFP
Foto Anatolii STEPANOV/AFP

Os separatistas pró-russos acusaram hoje a Ucrânia de ter matado uma criança num bombardeio, enquanto Kiev anunciou a morte de um soldado numa explosão de uma mina, num clima de ressurgimento das tensões entre os dois países.

As autoridades da autoproclamada república de Donetsk afirmaram que uma criança, "nascida em 2016", foi hoje morta e uma mulher com mais de 65 anos foi ferida num bombardeio realizado com um 'drone' ucraniano, na aldeia de Alexandrivské, a 15 quilómetros da fronteira. Os separatistas pró-russos não forneceram quaisquer imagens ou elementos adicionais para confirmar as suas afirmações, e a missão de observação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e o Ministério da Defesa da Ucrânia não responderam ao pedido feito pela agência France Presse para confirmar esta informação.

Por sua vez, o exército ucraniano relatou hoje a morte de um soldado após a explosão de uma mina perto da aldeia de Choumy, cerca de trinta quilómetros ao norte de Donetsk. No final de março, quatro soldados ucranianos foram mortos num bombardeio perto desta localidade. Os confrontos na fronteira entre a Ucrânia e a Rússia têm aumentado desde janeiro, após uma trégua durante o segundo semestre de 2020.

Nos últimos dias, as autoridades ucranianas e norte-americanas manifestaram preocupação com a chegada de milhares de soldados e equipamentos russos à fronteira russo-ucraniana. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu a Kiev apoio "inabalável" face a "agressões da Rússia". Por sua vez, o Kremlin afirmou que "a Rússia não ameaçava ninguém" e atribuiu o agravamento da situação às "repetidas provocações" do exército ucraniano. O exército russo anunciou na sexta-feira manobras militares destinadas a simular uma defesa contra um ataque de 'drones' numa região perto da Ucrânia.

Esta guerra, que provocou mais de 13.000 mortos, começou em 2014 após uma revolução pró-Ocidente em Kiev que foi seguida pela anexação da Crimeia por Moscovo.