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Farmacêutica chinesa vai produzir 60 milhões de doses de vacina russa

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A farmacêutica chinesa Shenzhen Yuanxing Gene-tech vai produzir 60 milhões de doses da vacina russa anti-covid Sputnik V, anunciou hoje o fundo soberano da Rússia (RDIF), que financiou o desenvolvimento desta vacina.

O fundo adianta, em comunicado hoje divulgado, que estas doses vão servir para vacinar "mais de 30 milhões de pessoas" e que a sua produção comercial deve começar em maio.

Citado no comunicado, o presidente executivo do fundo, Kirill Dmitriev, explica que a colaboração "vai aumentar a capacidade de produção de mais doses", já que "a procura da vacina russa está a crescer em todo o mundo".

De acordo com o RDIF, a Sputnik V está atualmente licenciada em 57 países e disponível para 1,5 mil milhões de pessoas, mas ainda não chegou à China.

Este é o segundo acordo de produção desta vacina com Pequim, tendo o primeiro sido concluído com a empresa chinesa Tibet Rhodiola, em novembro passado, referiu um porta-voz do fundo.

Até agora, Moscovo tem entregado apenas pequenas quantidades da vacina a outros países, já que não tem sido capaz de produzir o suficiente e quer dedicar a sua produção à população russa em primeiro lugar.

As entregas, apesar de pequenas, têm sido feitas num ambiente muito mediático e com muita publicidade.

A Rússia quer diversificar as fontes de produção da sua vacina, aumentando o número de acordos com empresas estrangeiras. Só na Índia, foram assinados, nas últimas semanas, contratos com vários grupos farmacêuticos para produzir cerca de 700 milhões de doses.

Alguns responsáveis de países ocidentais, como o ministro dos Negócios Estrangeiros de França, acusaram Moscovo e a China e usarem as suas vacinas anti-covid-19 como "ferramenta de influência" internacional ou propaganda política, o que o Kremlin rejeitou na sexta-feira passada.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.777.761   mortos no mundo, resultantes de mais de 126,6 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.