Grupos de risco

Já fazia tempo que não escrevo nenhuma carta para o Diário de Notícias da Madeira, não só para o leitor, mas também para chegar a quem precisa. Ultimamente para além das minhas responsabilidades acrescidas, tenho sentido um certo deixa andar e pouco ou nada, a não ser no mural do meu perfil de Facebook, se partilho o que acho ser pertinente ou não para qualquer uma das minhas amizades, quem me siga e aqueles que gosto de ter por perto como uma componente didática e de um certo carinho nutrido, quem me critica. A propósito da abertura gradual até à total da vida social e financeira na Madeira, tendo em conta a situação pontual das infecções por Covid-19, sabendo que a existência do "Corredor Verde" vem facilitar uma entrada mais célere de toda e qualquer pessoa que nos queira visitar, sem que a isso se acrescente muitos mais constrangimentos à sua livre circulação, a de pessoas e bens, sim, aquela velha liberdade que ainda assim é sempre limitada muitas vezes por um qualquer sentimento de arrogância e superioridade de alguém, mas que, no entanto, esta noção de vacinação como passaporte de entrada sem qualquer tipo de testagem ou rastreio da situação activa ou não do vírus no visitante, vem trazer como consequência para o que vem a ser evidenciado em pessoas que ainda não foram vacinadas, as de como os grupos de risco menos valorizados, todos e quaisquer operadores de contacto direto ao público, operadores de supermercados, gasolineiras, hotelaria, restauração e similares por aí fora e se, não seria hora de analisar a vacinação, urgente, desta classe trabalhadora, maioritariamente composta como sendo um número elevado da composição de uma grande percentagem da população e de famílias Madeirenses com o intuito de as proteger de alguma forma, de ainda mais dificuldades, para além das que já ocorrem?! Eu pessoalmente gosto tanto da ideia da vacina como chocolate no arroz, mas, se indicada pela OMS como a principal e efectiva forma de combater esta situação grave da saúde pública mundial, seria importante para a região haver esta chamada de atenção, para que uma decisão não tomada, não venha a ser uma consequência para a constituição sem fim, desta guerra sócio económica tendo como em resultancia o seu agravamento, a longo prazo e que, se venha a revelar num novo confinamento, em novas regras de funcionamento da economia e da vida social na ilha da Madeira em breve.

Magno Jardim