A malta do Sporting, este ano com uns pontinhos a mais caídos do Céu, concentra todas as suas energias a produzir mensagens e fotomontagens pretensamente irónicas, fazendo enorme algazarra APENAS pelo facto do Grande SLB ter uns pontinhos a menos. Vivem obcecados por isso. Contudo, não se atrevem a invocar quaisquer méritos próprios (nos quais nem eles acreditam), pelo que se torna evidente que toda aquela bazófia é, em primeiro lugar, uma forma envergonhada de agradecimento à distração do Glorioso nesta época. Registo, comovido, a sua louvável manifestação de gratidão. Em segundo lugar, este delírio NUNCA VISTO POR TÃO POUCO, só poderá ser atenuado como sendo consequência das secas muito severas que os assolaram. Nos 47 anos de Democracia pós 25 de Abril, somente por 5 vezes conseguiram uns pontinhos a mais. As 5 vezes que outros se distraíram. Para os Grandes, ganhar é tão natural como beber água. Para eles, é fruta tão rara, tão rara, que apenas vinga de décadas em décadas e por isso a idolatram e devoram com tanta sofreguidão, mesmo que isso lhes venha a causar diarreias emocionais. Compreendo-os perfeitamente. É como um Fiat 600 ganhar uma corrida a um Porsche. Só não entendo qual a razão porque não aproveitam esta maré de êxtase, para registarem no Guinness Book, o Recorde mais brilhante que alcançaram com todo o mérito já neste Século XXI, quando fixaram em 18 (dezoito, por extenso, para que não haja dúvida) o número de anos consecutivos de jejum absoluto, batendo a sua anterior marca de 17 anos, que resistia estoicamente desde os finais do Século XX. Ou melhor, talvez até encontre uma justificação : só pode ser por louvável modéstia e profundo respeito pelos que não conseguem voar tão alto, que insistem em esconder este feito estratosférico. Mas cá estou eu, altruisticamente, a lembrar-lhes que podem enriquecer (e de que maneira) o seu Museu das Grandes Glórias . Mais comentários para quê? A desfaçatez não tem limites

José Luís Macedo