Madeira

Bruno Melim diz que governação na Madeira deve servir de referência e critica Governo de Costa

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Bruno Melim foi o único madeirense a intervir ontem no XXIX Congresso Nacional do PSD. Fê-lo, pelas 23h20, bem perto do fim do segundo dia de trabalhos do 39.º Congresso - que decorre desde sexta-feira em Santa Maria da Feira e que tem a sessão de encerramento marcada para as 13 horas de hoje.

O líder da JSD/Madeira e vice-presidente da Comissão Política Nacional da JSD referiu o exemplo de governação da Madeira como referência para o projecto que o PSD deve apresentar aos portugueses no próximo dia 30 de Janeiro.

Partindo da evolução económica e social concretizada na Madeira ao “longo das últimas quatro décadas por Alberto João Jardim e Miguel Albuquerque”, disse que continuam a faltar “respostas efectivas” a várias áreas da governação nacional, nomeadamente “habitação, coesão territorial, saúde e educação”.

O também deputado ao parlamento regional abordou ainda a incapacidade de o partido Socialista promover as reformas estruturais necessárias, “atrasando e relegando Portugal para uma condição de país pobre, atrasado e de regressão social em claro contraciclo com os seus congéneres europeus”.

Atacando o Governo de Costa, relembrou a dificuldade de operacionalização, por parte do Governo da República, na distribuição de computadores para que os alunos mais carenciados pudessem, durante a pandemia, acompanhar as aulas através de meios telemáticos.

“Se um país demora mais de um ano a entregar computadores às famílias mais carenciadas para que os seus educandos possam ter acesso à escola pública, em tempo de pandemia, como é que será capaz de preparar uma económica para a transição digital?”. Bruno Melim

O social-democrata lembrou ainda os recentes dados do estudo promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos em que “ ¾ jovens vivem com menos de 950 euros, 25% assume já ter recorrido a ansiolíticos, 30% dos jovens tencionam emigrar” deixando no ar “o que se pretende para o futuro do país quando a geração mais qualificada vive nestas condições".

O líder da JSD/Madeira abordou, de igual forma, a ausência de estratégia no sector da saúde que “promove o êxodo dos profissionais do sector em que não há semana nenhuma em que não se demita um chefe de serviço, um conselho de administração ou não exista uma greve dos profissionais de saúde”. Acrescentou ainda que “isso só se verifica pela ausência de diálogo que existe entre o sector e a tutela”, lembrando o compromisso de reposição de carreiras assumidos pelo PSD na Madeira desde 2019 e que continua em 2022.

Baseando-se nos dossiês pendentes entre a Madeira e a República, abordou ainda a necessidade de uma estratégia clara para o reforço das ligações aéreas relembrando que para o “Partido Socialista a continuidade territorial passa por pagar 600/700 ou 800 euros para um português circular em território nacional”.  

Relativamente à autonomia, referiu ainda que para um “país socialmente mais justo” será necessário corrigir as normas que “permitem” que numa situação de “crise e austeridade” permitem que uma Região Autónoma que investe “mais do que o continente  na prestação de cuidados, no combate à pandemia e na educação receba menos das transferências do Estado” numa clara alusão à urgência em alterar a lei de finanças das Regiões Autónomas.

Bruno Melim que usou da palavra no momento anterior à votação da moção de estratégia global de Rui Rio, terminou a sua intervenção dizendo que “o processo interno que termina, formalmente, hoje permitiu que os militantes definissem, legitimamente, aquilo que queriam como estratégia e posicionamento do PSD para os próximos dois anos” pelo que no entender do líder da JSD/Madeira o tempo é de unidade em torno do líder.

“Mais do que ser o Rui, Paulo, Luís ou o Pedro, o fundamental é que a 31 de Janeiro seja o PSD aquele que venha a governar Portugal, para devolver a esperança e apresentar um caminho alternativo que se traduza numa sociedade mais justa, coesa e socialmente amiga das famílias. Só assim se cumprirá, em Portugal, um legado de igualdade de oportunidades que se concretizou na Madeira e falta concretizar no resto do país”. Bruno Melim