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Ex-ministra portuguesa impressionada com participação das mulheres nas eleições na Venezuela

Foto Arquivo/Pedro Rocha/Global Imagens
Foto Arquivo/Pedro Rocha/Global Imagens

A ex-ministra e eurodeputada portuguesa Maria Manuel Leitão Marques, esteve na Venezuela, com um grupo de deputados da Missão de Observação Eleitoral da União Europeia (MOE-UE), tendo ficado impressionada com a participação ativa das mulheres nas eleições municipais e regionais.

"Impressionou-me muito a participação das mulheres no processo eleitoral, não só votando, mas também as que estavam nas mesas [eleitorais], às vezes em bairros difíceis, até ao fim do dia, noite, que ficaram no seu posto até o encerramento da missão eleitoral, representantes de partidos, mas também presidentes e secretárias das mesas", disse a ex-ministra da Presidência e Modernização Administrativa de Portugal.

A deputada ao Parlamento Europeu e coordenadora do Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas, explicou ainda que esteve em centros eleitorais, "onde só havia mulheres".

"Isso foi também impressionante e espero que assim continue, e que elas ocupem também lugares de topo na distribuição dos lugares políticos", disse à agência Lusa.

Maria Manuel Leitão Marques começou por explicar que ficou com a impressão, que a Venezuela "é um país com muitas desigualdades, muito contrastantes".

E explicou que viu "todas as classes sociais votando nestas eleições" e que fez observação eleitoral em Caracas, "em bairros, em favelas como se costuma dizer em português do Brasil, (...) em residências, condomínios privados, onde entrámos passando a segurança da própria residência".

"Acho que é um país com muitos problemas para as pessoas mais pobres, não necessariamente para as pessoas mais abastadas (...) Estive em escolas públicas muito degradadas, que me impressionaram muito, porque as crianças são o futuro da Venezuela, mas penso que é um país cheio de possibilidades", disse a eurodeputada.

Por outro lado, expressou desejar "que o diálogo político que começou agora [entre o Governo do Presidente, Nicolás Maduro, e a oposição] e que se traduziu um pouco nestas eleições, que voltaram a ser participadas por diferentes partidos da oposição, continue para o futuro de modo que se resolvam os problemas que existem e todos reconhecem na Venezuela".

Sobre o modo como decorreu a observação, explicou que os venezuelanos foram muito simpáticos. "O que nos tocou no coração", salientou.

"[Expressaram] muita simpatia, muito gosto de que estivéssemos aqui, agradecendo, mas não têm nada que agradecer, porque estamos a cumprir a nossa missão, o nosso trabalho", disse Manuela Marques.

Por isso fez questão de agradecer aos venezuelanos por terem recebido a missão: "Deixaram-nos observar livremente tudo o que entendemos, responderam-nos a todas as perguntas, mesmo nos chamados 'puntos rojos' [de controlo do partido do Governo] (...) responderam-nos a todas as perguntas sem agressividade, sem nenhum problema, falaram livremente connosco".

"E quero agradecer-lhes muito por terem-nos acolhido assim e dizer-lhes que vamos daqui diferentes. Estivemos pouco tempo para dizer que percebemos tudo não, não percebemos tudo, mas percebemos muito mais do que quando aqui chegámos", concluiu.

Os venezuelanos foram no domingo às urnas para eleger as autoridades que nos próximos quatro anos vão dirigir os 23 estados e os 3.082 candidatos que vão exercer funções em 335 municípios do país.