Madeira

Madeira tem grande potencial para expandir a aquacultura

Ministro do Mar garante que a prática actual é sustentável e já não comete os erros e a “muita asneira” do passado

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O ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, não só assegura que os sistemas actuais utilizados na produção de peixe em cativeiro garantem uma aquacultura sustentável, como também reconhece que a Madeira tem grande potencial para poder expandir esta que é das actividades económicas relevantes para o país.

“A aquacultura é uma via de desenvolvimento e de grande futuro na economia do mar e das populações, com um contributo muito grande para a alimentação”, destacou, à margem da sessão de encerramento da Conferência anual ‘Aquaculture Europe 2021’ - o maior encontro científico e técnico da Europa na área da Aquacultura - que decorreu no Funchal ao longo desta semana, entre os dias 4 e 7 de Outubro.

Reconhece que “a aquacultura no século passado fez muita asneira a nível mundial”, sobretudo noutras latitudes, dando o exemplo da destruição de mangais que hoje estão a ser reconstruídos. “São erros que hoje aprendemos com eles” para, conforme desejou, “termos uma aposta relevante na questão da aquacultura. Hoje conseguimos produzir jaulas offshore com a tecnologia e engenharia já testada, e assim instalar sistemas de produção baseadas nestas tecnologias, que para Portugal é muito importante”, sublinhou.

Embora reconheça que a pesca tradicional “é muito importante manter e valorizar”, considera porém que esta prática já “atingiu o seu ponto máximo. Precisamos de ter outra forma de produção, aprendendo com os erros que foram feitos no passado, e que também envolveu questões de utilização de antibióticos, utilização de nutrientes que afectaram de facto o ambiente marinho, não aqui em Portugal, porque não tínhamos uma aquacultura muito pujante”, problemas estes que diz estarem ultrapassados. Tanto que “produzir offshore tendo em conta o alimento que se dá e atendendo à circulação marinha e à agitação das águas, do ponto de vista do impacto ambiental, tem muito menos impacto do que se simplesmente estivéssemos a fazer numa baía”, comparou.

Sobre a prática da aquacultura nos mares da Madeira, o Ministro foi sintético na resposta:

“A Madeira tem realidade e também tem potencial. Agora são escolhas que se possam fazer e que se venham a fazer”, afirmou.

Ricardo Serrão Santos apela ao diálogo para se encontrar espaço a manter esta relevante actividade económica, convencido que as novas práticas de produção de peixe em cativeiro evoluíram muito, também consequência dos erros que reconhece terem sido praticados no passado nas grandes produções de aquicultura mundial.