O secretário regional de Mar e Pescas revelou hoje que há empresários da Madeira interessados na instalação de produções de aquicultura em terra. Teófilo Cunha apontou a exploração dessa área específica como um complemento à produção de espécies em mar aberto.

O governante falava no final da visita oficial que fez à Feira Empresarial da Economia Azul, que decorre em simultâneo com a Conferência Europeia da Aquacultura. Evento que reúne no Funchal 1.200 cientistas e investigadores e mais de 100 empresas ligadas ao sector da investigação, ciência, tecnologia, produção, comercialização e conservação.

Teófilo Cunha disse que “é forte a possibilidade” de a Região vir a ter proximamente novos investimentos nesta área, mas ressalvou que isso não significa abandonar a produção 'offshore'.

Segundo o secretário,  “metade do peixe que é consumido hoje em dia” vem deste sector e acrescenta outros dados. No seu entender, "este é o caminho a seguir se não quisermos privar a esmagadora maioria da população de ter acesso ao consumo de peixe a preços acessíveis”.

De acordo com o governante, “a pesca selvagem tem os dias contados", pois, conforme salientou, os estudos científicos dizem que ao ritmo actual, dentro de 30 anos, haverá muito pouco peixe no mar e se não houver outros meios sustentáveis de produção, "comer peixe será um luxo apenas acessível a quem tiver mais poder económico".

Teófilo Cunha garantiu que o Governo Regional irá desenvolver acções de esclarecimento junto da população para combater “a informação falsa que meia dúzia de pessoas põe a circular na opinião pública”.

Sobre os novos investimentos, disse que “numa economia aberta, compete aos governos criarem condições para que os empresários possam investir em novas áreas”, com regras que “nos permitam diversificar a economia, criar riqueza e postos de trabalho, preservar a biodiversidade e os ecossistemas”.