Madeira

Expansão da aquacultura na Madeira “pode e deve ser” feita com jaulas submersas

Presidente do Governo Regional presidiu à abertura da Conferência ‘Aquaculture Europe 2021’

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O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, admitiu esta tarde que a ‘desejada’ expansão da aquacultura nos mares da Madeira poderá concretizar-se com estruturas submersas, que diz ser uma das novidades no sector.

“Pode ser e deve ser” foi a resposta do governante quando questionado se essas jaulas submersas poderão ser a solução para ‘calar os críticos’ na expansão da actividade de piscicultura na Região.

Embora reconheça que haverá zonas onde não poderam ser colocadas essas estruturas de modo a conciliar outras actividades, nomeadamente o lazer e recreio da população, assegurou que “uma das formas que poderá ser adoptada passa por encontrar uma solução de ter jaulas que não causem esses choques estéticos”, ou seja, estruturas que não ficam à superfície como as que actualmente existem na Região.

Miguel Albuquerque falava à entrada para a cerimónia de abertura da Conferência que é o maior encontro científico e técnico da Europa na área da Aquacultura, a decorrer no Funchal, até quinta-feira, dia 7 de Outubro.

Nas imediações uma dezena de ‘ambientalistas’ manifestava-se contra a aquacultura.

“As pessoas têm o direito de se manifestarem contra ou a favor. Nós não temos nada a opor a isso. Vivemos numa democracia”, reagiu Albuquerque. “Agora é preciso é as pessoas estarem informadas”, acrescentou, para reforçar a necessidade de “um trabalho pedagógico de informação, de explicar o porquê da aquacultura ser o melhor que pode acontecer para os nossos mares, para a preservação dos nossos ecossistemas e porque é que a aquacultura hoje, como é feita, não põe em causa o ambiente. Antes pelo contrário, é uma das formas de preservar os nossos ecossistemas”, assegurou.

Confrontado com o facto da actual presidente da Câmara Municipal da Ponta do Sol já ter deixado claro que está contra a instalação de aquacultura na frente mar do concelho, Albuquerque lembrou que esse é um processo que está em análise. “O processo está suspenso. Vamos fazer um trabalho pedagógico e vamos avançar depois com esclarecimentos junto da população. Não vamos avançar contra ninguém”, disse. Considerou “uma questão de sensibilidade estética” quem “não gosta de ver as estruturas, que são provisórias”, mas também disse que pela mesma razão qualquer cidadão pode não gostar de ver um barco no mar ou a arquitectura de uma casa, para reforçar que tudo não passa de “juízo estético”. Agora “dizer que a aquacultura polui o mar, não é verdade. Que destrói os ecossistemas marítimos, não é verdade. E é cientificamente sustentável, como aliás está mais que provado, por ser uma prática amiga do ambiente”.

Criticou de resto os pseudo ambientalistas.

“Quais ambientalistas?”, começou por questionar, para concluir que os verdadeiros ambientalistas “não são determinadas personalidades que gostam de fazer política à custa do ambiente. A questão ambiental é uma questão muito séria que deve ser analisada cientificamente. Não é para fazer chinfrim político” repudiou. “Também posso dizer que sou ambientalista”, rematou.

Por último, garantiu que “o impacto ambiental da aquacultura na Madeira é residual ou inexistente”.