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Pelo menos 32 mortos e 53 feridos em explosões numa mesquita xiita

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O balanço provisório das explosões ocorridas hoje numa mesquita xiita da cidade de Kandahar, no sul do Afeganistão, ascende a pelo menos 32 mortos e 53 feridos, disse à agência France-Presse uma fonte médica.

"Trinta e dois mortos e 53 feridos foram transportados para o nosso hospital", indicou à AFP um porta-voz do hospital central de Kandahar, que não quis ser identificado.

O ataque à mesquita Fatemieh, também conhecida como mesquita Imã Bargah, ocorreu uma semana depois de um atentado suicida contra uma mesquita xiita em Kunduz (nordeste), reivindicado pelo afiliado local do grupo extremista Estado Islâmico (EI), que matou 46 pessoas.

Murtaza, uma testemunha ocular, disse que quatro bombistas suicida atacaram a mesquita em Kandahar. Dois detonaram os seus explosivos junto a um portão de segurança, permitindo que os outros dois entrassem no complexo e atacassem a multidão de fiéis.

Contactado telefonicamente pela agência noticiosa norte-americana Associated Press, Murtaza referiu que as orações de sexta-feira contam geralmente com a presença de cerca de 500 pessoas.

O EI, que se opõe aos talibãs, considera os muçulmanos xiitas apóstatas que merecem a morte e já reivindicou uma série de ataques mortais em todo o país desde que os talibãs tomaram o poder no Afeganistão em agosto, no final da retirada das forças norte-americanas. Os 'jihadistas' também têm atacado os combatentes talibãs.

"Estamos consternados por saber que uma explosão ocorreu numa mesquita da irmandade xiita (...) na cidade de Kandahar, na qual vários dos nossos compatriotas foram mortos e feridos", escreveu na rede social Twitter o porta-voz dos talibãs no Ministério do Interior, Qari Sayed Khosti.

"Forças especiais do Emirado Islâmico já chegaram à zona para determinar a natureza do incidente e levar os seus autores perante a justiça", acrescentou.

Como os combatentes do EI, os talibãs são sunitas, mas comprometeram-se a proteger a minoria xiita do Afeganistão, que foi perseguida durante o seu anterior regime (1996-2001).

O atentado ainda não foi reivindicado.