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Desde Setembro 11 fornecedores britânicos faliram devido aos preços altos da energia

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 André Areias/Global Imagens

A Pure Planet e a Colorado Energy são mais dois fornecedores de energia britânicos que cessaram atividade, anunciou o regulador Ofgem na quarta-feira, somando, pelo menos, 11 as empresas que desde setembro faliram devido aos preços do gás natural. 

"Devido à crise energética global, preços recorde no mercado da energia e as restrições que nos são impostas pelo limite de preço do Ofgem, não podemos continuar a operar a Pure Planet", comunicou a empresa, parceira da petrolífera BP.

Os cerca de 250 mil clientes das duas companhias serão agora transferidos nos próximos dias para um dos maiores fornecedores, ainda por definir, tal como aconteceu com os 14 fornecedores que faliram este ano. 

A Sky News noticiou na quarta-feira que quatro empresas estão em contacto com o Ofgem, indicando que mais estão à beira da insolvência. 

O regulador disse que a "rede de segurança" existente garante que "o fornecimento de energia aos clientes continuará e o dinheiro que os clientes domésticos pagaram para as suas contas será protegido".

Vincou ainda que "os clientes domésticos também estarão protegidos pelo teto do preço da energia quando forem transferidos para um novo fornecedor".

A falta de vento no Reino Unido para produzir energia eólica obrigou muitos fornecedores a abastecerem-se no estrangeiro. 

No mês passado, um incêndio numa estação que opera um cabo submarino no Canal de Mancha a partir de França interrompeu o funcionamento, condicionando o acesso a eletricidade do continente europeu.

A falta de capacidade de armazenamento de gás e a forte competição internacional para reabastecer as reservas são outros fatores para o aumento acentuado dos preços do gás natural, que é a principal fonte para produzir energia para compensar a falta das renováveis. 

Muitos dos fornecedores de menor dimensão não têm capacidade para comprar energia com grande antecedência e protegerem-se das variações no mercado internacional, como acontece com os concorrentes de maior dimensão. 

Mas a principal razão que invocam para cessarem atividade é o teto imposto pelo Ofgem para as tarifas no mercado doméstico, que atualmente estão abaixo do preço de custo. 

"Isso é insustentável", denunciou a Pure Planet, referindo que "esta é uma situação que afetou muitos outros fornecedores este ano e, infelizmente, muitos outros deverão fechar".

O Governo está atualmente sob pressão de indústrias de consumo intenso de energia, como metalúrgicas e da cerâmica, para impor um teto ao custo da energia para estas empresas, sob risco de elas cessarem atividade e desencadearem milhares de despedimentos.