Madeira

Porto Santo foi destino "da moda" e viveu do turismo regional

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O Porto Santo, uma ilha marcada pela sazonalidade, esteve este verão "na moda", mas não registou uma "enchente" de visitantes e teve no turismo regional a sua "salvação" económica", disse hoje o presidente da câmara municipal.

"Não podemos dizer que tivemos uma enchente, pois estamos num ano completamente atípico, mas podemos afirmar que, face aos contactos com o pequeno comércio, bares, restaurantes e hotéis, foi melhor do que estávamos à espera", declarou o responsável pelo município do Porto Santo à agência Lusa, fazendo um balanço ao verão vivido naquela ilha.

Com uma população na ordem dos 5.000 habitantes, nos meses de verão esta pequena ilha, que tem na sua praia de areia amarela e fina, com uma extensão de nove quilómetros, o seu 'ex-libris', vê chegarem milhares de visitantes, sobretudos da Madeira.

"Em termos de divulgação, atrevo-me a dizer que o Porto Santo esteve na moda, apesar da crise que vivemos", disse Idalino Vasconcelos.

O autarca realçou que a ilha foi amplamente divulgada nas redes sociais, por influenciadores, desconhecidos e em várias revistas, com "fotos incríveis" que promoveram o Porto Santo como "destino de férias seguro" e "um paraíso", onde até o Presidente da República passou três dias de férias.

Mas, argumentou que, "tendo em conta que era difícil contar com o operador inglês, alemão e dinamarquês" devido à pandemia, "a aposta passaria pelo turismo nacional e especialmente o regional".

"E o Verão veio demonstrar claramente que o turismo regional foi extremamente benéfico para a ilha e para os comerciantes" do Porto Santo, complementando que "foi mesmo a salvação" da economia do Porto Santo em conjunto com a aposta na solução "faça férias cá dentro".

O autarca social-democrata argumentou que os responsáveis sempre olharam com "confiança e esperança que a limitação geográfica, característica da ilha, pudesse ser uma vantagem para impedir a entrada do covid-19 na ilha", tornando-a um território mais seguro.

Sobre os casos reportados, "sete confirmados", considera que "foram poucos, bem identificados e confinados" devido às medidas adoptadas, que passaram pelo "confinamento obrigatório, o encerramento dos portos e aeroportos e a utilização de máscara".

"Estou certo que estaríamos bem piores se não fossem essas medidas", vincou.

Para o dinamismo verificado no Verão, Idalino Vasconcelos realçou que contribuíram "várias instituições locais e regionais, mas, em especial, o Governo Regional", que "incentivou as viagens regionais e o turismo regional na ilha do Porto Santo".

O autarca destacou também a divulgação feita no exterior pela Associação de Promoção da Madeira e a Porto Santo Line, grupo que assegura as ligações marítimas entre as duas ilhas.

"Obviamente que contamos com estas política para o inverno de forma a minimizar o impacto da sazonalidade e fortalecer a nossa débil economia local", enfatizou.

O autarca também destacou a importância das várias medidas excepcionais e temporárias adoptadas para "amortecer o choque económico e auxiliar as empresas e famílias porto-santenses".

Idalino Vasconcelos apontou que foram ainda criadas "sinergias na área do turismo para promover este destino e alavancar a retoma da economia", perspectivando que, "muito em breve, haverá condições para celebrar muitos sucessos no sector".

"Recusamo-nos a esmorecer frente a estes tempos difíceis que atravessamos. É nossa preocupação recuperar o tempo perdido e preparar o futuro e, para isso, contamos com todos", sublinhou.

O autarca referiu que este verão se registaram "mais reclamações de vandalismo" e frisou que as autoridades da ilha "não podem admitir que ninguém vá passar férias ao Porto Santo, para pôr em causa o trabalho de muitas pessoas sérias".

Idalino Vasconcelos criticou ainda as "atitudes infantis", os "actos irreflectidos e anti-sociais" de alguns jovens que acabam por colocar em causa o Porto Santo como "destino de tranquilidade e segurança", apelando à responsabilidade dos pais e declarando: " Não podemos pactuar com esta falta de educação e de civismo".

O responsável defendeu que as forças de segurança "devem ajustar-se" ao aumento da população nesta altura para garantir a segurança pública, um "desígnio e competência do Estado e da República", embora tenha "resultado bem" o esforço conjunto das diversas forças (PSP, GNR, Alfândega e SEF).

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