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Afro-americano alvejado nas costas pela polícia em Kenosha está algemado à cama do hospital

Foto Shuuterstock
Foto Shuuterstock

O pai de Jacob Blake, o afro-americano alvejado por sete vezes nas costas no passado domingo por um polícia caucasiano em Kenosha, no Estado norte-americano de Wisconsin, disse hoje que o filho foi algemado à cama do hospital.

Em declarações à CNN, Jacob Blake sénior -- ambos têm o mesmo nome -- não entende por que razão o filho, que deverá ficar paralisado da cintura para baixo para o resto da vida, está algemado a uma cama de hospital.

"Porquê é que este aço frio está no tornozelo do meu filho? Ele não se pode levantar mesmo que quisesse", questionou na CNN.

O pai contou que quando o filho recuperou a consciência no hospital, lhe perguntou: "Porque dispararam contra mim tantas vezes", tendo-lhe respondido: "Não era suposto eles terem disparado de todo".

O governador democrata de Wisconsin, Tony Evers, lamentou em conferência de imprensa que Jacob Blake tivesse que ser algemado.

"Gostaria que pudéssemos encontrar uma maneira melhor de ajudá-lo a recuperar. Para mim parece contraproducente", afirmou.

A violência policial que deixou Blake gravemente ferido no passado domingo em Kenosha, no Wisconsin, foi o pretexto para o desencadear de manifestações populares que apanharam pela frente milícias integradas por caucasianos e que redundou na passada terça-feira na morte de duas pessoas, assassinadas a tiro por um miliciano.

O autor das duas mortes, um jovem caucasiano de 17 anos, foi hoje formalmente acusado de cinco crimes, que incluem homicídio voluntário de primeiro grau e homicídio imprudente de primeiro grau, bem como de posse de arma perigosa por um menos, que lhe podem custar uma pena de prisão perpétua.

O caso de violência policial contra Jacob Blake ocorreu cerca de três meses depois da morte do também afro-americano George Floyd, sufocado por um polícia caucasiano a 25 de maio, em Minneapolis.

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