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Nações Unidas condenam atentado suicida de sexta-feira na Somália

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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou hoje "energicamente" o atentado suicida perpetrado sexta-feira na Somália, que provocou 30 mortos e 21 feridos, esperando que os autores possam comparecer perante a justiça.

O ataque ocorreu em Galkayo, no centro da Somália, onde era aguardada a chegada do primeiro-ministro Mohamed Hussein Roble, tendo Guterres expressado "sentidos pêsames" aos familiares das vítimas e desejado uma "recuperação rápida dos feridos", segundo assinalou o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, num comunicado.

"[Guterres] reiterou o total compromisso das nações Unidas para apoiar o povo e o Governo da Somália na sua luta contra o terrorismo, contra o extremismo violento e o crime organizado até à construção de um país estável, pacífico e próspero", lê-se no documento.

O atentado foi reivindicado pelo grupo extremista Al-Shabab, afiliado da Al-Qaida, que numa breve declaração disse que o ataque tinha como alvo o primeiro-ministro da Somália.

O primeiro-ministro ainda não tinha chegado na altura da explosão.

"Houve uma forte explosão causada por um bombista suicida na entrada do estádio, seis pessoas foram mortas, incluindo três oficiais militares superiores", disse um polícia de Galkayo, Mohamed Abdirahman, citado pela agência France-Presse.

"A explosão ocorreu enquanto se esperava que o primeiro-ministro fizesse um discurso no estádio", na parte sul de Galkayo, localizada no estado semiautónomo de Galmudug, acrescentou.

Galkayo, a 600 quilómetros a norte de Mogadíscio, atravessa os estados de Galmudug e Puntland, que também é semiautónomo.

A cidade tem sido o cenário de violência mortal nos últimos anos entre tropas das duas regiões e entre clãs rivais que ocupam as partes norte e sul.

Um oficial militar em Galkayo, o coronel Ahmed Dahir, disse à agência noticiosa AFP que o bombista suicida "visou oficiais militares de alta patente que estavam perto da entrada do estádio".

O porta-voz do Governo Federal da Somália, Ismael Mukhtar Omar, citado pela agência Efe, disse que o atacante estava a usar um colete de explosivos e fez-se explodir à porta do Estádio Abdullahi Ice.

A Somália mergulhou no caos desde a queda do regime militar do Presidente Siad Barre em 1991, seguida de uma guerra de líderes de clãs e da ascensão do Al-Shabab.

O grupo controlava a capital somali antes de ser expulso em 2011 pelas tropas da União Africana (UA) que apoiavam o frágil Governo somali.

Atualmente controla vastas áreas rurais de onde conduzem as suas operações.

O primeiro-ministro Mohamed Hussein Roble, que tomou posse em setembro, estava na cidade como parte de uma visita ao estado central de Galmudug.

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