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Marcelo condecora Júlio Isidro e elogia a sua televisão "sem desvios deontológicos"

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O Presidente da República condecorou hoje o locutor e apresentador televisivo Júlio Isidro e elogiou-o, aos 60 anos de carreira, por fazer o que descreveu como "uma televisão portuguesa de grande apelo popular, mas sem desvios deontológicos".

Numa cerimónia na Sala dos Embaixadores do Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa atribuiu a Júlio Isidro a grã-cruz da Ordem do Mérito, que distingue "atos ou serviços meritórios praticados no exercício de quaisquer funções, públicas ou privadas, que revelem abnegação em favor da coletividade".

Na sua intervenção, o chefe de Estado realçou o contributo de Júlio Isidro como divulgador e promotor de artistas e considerou que programas como "Febre de sábado de manhã" ou "O passeio dos alegres" ajudaram "a consolidar uma televisão portuguesa de grande apelo popular, mas sem desvios deontológicos, conduzidos com elegância e leveza por uma figura empática, afável, confiável, amiga".

"É ainda louvável e invejável que Júlio Isidro seja hoje o mesmo Júlio de sempre, alguém de quem gostamos, que respeitamos, um velho conhecido eternamente jovem, que mal parece ter 60 anos de vida, quanto mais 60 anos de carreira. Não cabendo ao Presidente da República premiar a genética, pode reconhecer em nome dos portugueses o que é conhecido: seis décadas de talento, trabalho, constância e generosidade", declarou.

Ao agradecer esta condecoração, o apresentador televisivo, com 75 anos, contou que conheceu Marcelo Rebelo de Sousa "no dia 21 de dezembro de 1972, exatamente no Hotel Ritz, no lançamento do Expresso", acrescentando: "Devo confessar que abria o Expresso sempre para ler uma secção que tinha um lacinho como logotipo, chamava-se Gente e era da sua autoria. Portanto, sou seu cliente há uma série de anos".

Júlio Isidro concordou que tem feito "uma televisão deontologicamente correta", afirmou que ao longo da sua carreira tem, "de uma maneira popular, direta", tentado "ser entendido", e manifestou "o maior orgulho em ter sido o discólogo deste país".

No final do seu discurso, dirigindo-se ao Presidente da República, que na segunda-feira anunciou a sua recandidatura a um segundo mandato, Júlio Isidro comunicou: "E tomei uma decisão hoje. Em qualquer altura eu poderia dizer: acabou a minha função. Não, resolvi renovar o meu mandato por mais cinco anos".

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