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Fundação pede acordo entre Maduro e Guaidó para compra de vacinas

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A fundação Petróleo por Venezuela propôs na quinta-feira um acordo para utilizar o ouro daquele país, disputado pelo Governo de Nicolás Maduro e pela oposição liderada por Juan Guaidó, para comprar vacinas contra a covid-19.

Em comunicado, a organização sem fins lucrativos apelou à assinatura de um acordo entre Maduro e Guaidó para que solicitem, em conjunto, acesso a uma parte dos quase 2 mil milhões de dólares [cerca de 1.680 mil milhões de euros] que existem nas 33 toneladas de ouro em nome do país sul-americano e que estão depositados no Banco de Inglaterra.

"Estimamos que a Venezuela precise numa fase inicial entre 10 a 15 milhões de vacinas. Dependendo de qual das vacinas neste momento em desenvolvimento esteja disponível, isso pode implicar gastos entre 70 e 350 milhões de dólares [cerca 68,7 e 293 milhões de euros]", acrescentou a fundação, citada pela agência EFE.

Esta organização também alertou que o Governo de Maduro tem capacidade para distribuir as vacinas no país, mas não para executar os pagamentos, devido às sanções económicas impostas pelos norte-americanos.

A oposição liderada por Juan Guaidó tem a capacidade para celebrar contratos e fazer pagamentos válidos onde as maiorias das empresas produtoras das vacinas estão instaladas, acrescenta, apesar do opositor não ter autorização legal para mexer naqueles fundos.

A fundação recomenda também que agências internacionais, como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), colaborem na compra e distribuição de vacinas para garantir "transparência no uso dos recursos".

Na semana passada, o processo judicial para determinar se é o Governo de Maduro ou a oposição quem tem acesso aos recursos sofreu um entrave após um recurso apresentado na Suprema Corte britânica, por parte do líder da oposição.

A ação do grupo que representa Guaidó procura anular a decisão proferida em 05 de outubro pelo Tribunal de Justiça de Londres.

Este tribunal anulou uma decisão de 02 de julho do agora aposentado juiz Nigel Teare, substituído por Sara Cockerill, que deu a Guaidó o controlo do ouro, mas não a opção de geri-los.

O tribunal não considerou válido que o Governo do primeiro-ministro Boris Johnson, que apoiou politicamente Guaidó, o tenha reconhecido "inequivocamente" como presidente da Venezuela, para todos os efeitos, numa declaração de 04 de fevereiro de 2019.

O caso foi remetido novamente ao Supremo, que pediu novamente ao Governo britânico para que se pronuncie sobre quem reconhece como líder na Venezuela.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.422.951 mortos resultantes de mais de 60,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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