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Insegurança alimentar na Siria persiste apesar de alguma melhoria

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A segurança alimentar na Síria continua ameaçada, embora a situação tenha registado alguma melhoria devido às fortes chuvas e um declínio dos combates em várias regiões que permitiram melhorias nas colheitas em 2019, anunciaram ontem as Nações Unidas (ONU).

Segundo um relatório da ONU sobre culturas agrícolas e segurança alimentar, em 2019, a produção de trigo atingiu 2,2 milhões de toneladas, quase o dobro da colheita de 2018, que foi a mais baixa registada em 29 anos.

Esse aumento acentuado permanece, no entanto, longe da média de 4,1 milhões de toneladas de trigo colhidas nos anos que antecederam o conflito desencadeado em 2011 com a repressão de manifestações pró-democracia pelo poder de Bashar al-Assad, e por isso os preços elevados continuam a ameaçar a segurança alimentar.

A guerra que atinge o país já provocou mais de 370.000 mortos e milhões de refugiados em exílio.

Na Síria, cerca de 6,5 milhões de pessoas são incapazes de satisfazer as suas necessidades alimentares e necessitam de ajuda, de acordo com a ONU.

No seu relatório, a organização indicou que as colheitas de cevada superaram os níveis antes da guerra, contudo melhores colheitas não significam necessariamente melhor segurança alimentar no país.

“Apesar das boas chuvas, os agricultores das zonas rurais ainda enfrentam muitos desafios”, salientou Mike Robson, responsável da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) na Síria, num comunicado.

Mike Robson mencionou o acesso reduzido a sementes e fertilizantes, os elevados custos de transporte, assim como a existência de minas e explosivos nos campos.

Segundo a revista económica ‘online’ The Syria Report, a libra síria estava na terça-feira no seu nível histórico mais baixo no mercado negro, com uma desvalorização de mais de 92% do seu valor em relação ao dólar, comparando com o período anterior à guerra.