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MadeiraDig confirma três nomes nacionais na 16.ª edição

Manuel Mota faz dupla com Margarida Garcia no palco principal. No John Dos Passos Rui Pinheiro apresenta uma instalação

Manuel Mota, aqui fotografado por Ricardo Almeida
Manuel Mota, aqui fotografado por Ricardo Almeida

O guitarrista Manuel Mota, a baixista Margarida Garcia e o fotógrafo e realizador Rui Pinheiro são três novas confirmações para a edição deste ano do MadeiraDig, festival internacional de música electrónica e artes digitas que nesta 16.ª edição surge alargado no tempo, com actividades entre os dias 29 de Novembro a 8 de Dezembro, divididas entre a Calheta e a Ponta do Sol.

Manuel Mota apresenta-se em dupla com Margarida Garcia, com quem vai lançar ainda este ano um novo trabalho, são a primeira confirmação para o palco principal, o MUDAS – Museu de arte Contemporânea da Madeira. Além disso, o guitarrista lisboeta vai também dar uma formação em improvisação.

Manuel Mota e Margarida Garcia são companheiros de palco e projectos há duas décadas, revela a organização do MadeiraDig. O último trabalho conjunto, ‘Here They Rest Immobile’, foi lançado em Junho e conta com a participação também da multi-instrumentista e performer americana Marcia Bassett. Além de colaborar com estas duas artistas, o guitarrista colaborou já com outros nomes da área experimental, como David Grubbs, Sei Miguel, Giovanni Di Domenico, e Tatsuhisa Yamamoto.

Manuel Mota nasceu em 1970, formou-se em Arquitectura. Aos 15 anos já tinha começado na guitarra e hoje destaca-se, entre outras coisas, pelo seu ‘fingerstyle’, estilo próprio que desenvolveu na execução musical e que o levou, segundo a organização, a ser “apelidado pela crítica de ‘uma das luminárias da música experimental portuguesa’ pelas suas composições adjectivadas de ‘meditativas, imprevisíveis, interrogativas e austeras, ainda que profundamente confortáveis’”.

A improvisação não foi o primeiro caminho para o músico, que se ligou inicialmente aos blues e ao rock. Ainda na década de 80 a experimentação despertou o seu interesse, tento estudado guitarra preparada e criado música com base na improvisação livre, maioritariamente acústica e drone para jazz experimental. Além de tocar, tem também uma editora, a Headlights, onde tem lançado desde 1999 o seu trabalho.

Margarida Garcia, que lhe faz companhia em palco nesta viagem à Madeira, divide-se entre Lisboa e Antuérpia e entre a música e as artes visuais, embora seja a primeira que a traz à Região. A sua sonoridade melancólica improvisada, destaca O MadeiraDig, “guia o ouvinte até ao underground psicadélico contemporâneo, numa linguagem desenvolvida, especialmente para o contrabaixo eléctrico, desde os anos 90”.

Quanto à formação, Manuel Mota vai orientar um workshop sobre técnicas de improvisação, dedicado a instrumentistas e vocalistas, autodidactas ou com formação, e também para académicos com ou sem experiência nesta área. A formação decorre no Centro Cultural John Dos Passos, na Ponta do Sol, nos dias 2 e 3 de Dezembro entre as 15 horas e as 18 horas. Entre outras coisas, vai abordar o silêncio e a escuta, o instrumento na vertente mais tradicional e da experimentação.

Neste mesmo palco estará também o fotógrafo e realizador portuense Rui Pinheiro, que vai apresentar no átrio a instalação audiovisual que intitulou ‘Birds of Paradise’ e que remete para o filme ‘Bord of Paradise’, de 1932. Trata-se de “uma obra de carácter imersivo que pretende convidar o espectro voyeurista do espectador para lhe revelar um conjunto de referências cinematográficas para articular a memória individual com o imaginário colectivo, explorando dispositivos que relacionam várias cargas semânticas”, lê-se. A instalação estará patente ao público no John Dos Passos durante todo o Festival.

Os bilhetes para o MadeirDig começam a ser vendidos no dia 1 de Outubro, no site do

festival em www.madeiradig.com ou na Estalagem da Ponta do Sol.