Madeira

Quando 200 crianças foram parar ao Hospital dos Marmeleiros com uma intoxicação

Era notícia neste dia no DIÁRIO de Notícias de há 50 anos

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No dia anterior à publicação da reportagem que ocupou parte da primeira página do DIÁRIO de Notícias da Madeira, cerca de 200 crianças de um jardim de infância do Ilhéu, em Câmara de Lobos, mais alguns adultos daquela unidade, tinham sofrido uma intoxicação alimentar que os levou ao Hospital dos Marmeleiros. Na altura, há precisamente 50 anos, era o melhor em termos de unidades de saúde no arquipélago ainda sob o jugo da ditadura implantada por António de Oliveira Salazar, falecido quase um ano antes.

Nessa altura, o Hospital dos Marmeleiros estava à beira de completar 40 anos de actividade (fundada em Novembro de 1931) e conseguiu-se dar resposta, sem vítimas mortais a lamentar, um incidente que gerou alvoroço na população e nos seus familiares. Se fosse hoje, 200 crianças de uma mesma escola com um cenário de intoxicação alimentar, seguramente geraria o mesmo nível de apreensão.

Na reportagem dá-se conta que tudo aconteceu à hora de almoço no dia anterior, uma quarta-feira, tendo as crianças sido transportadas o mais rapidamente possível para o também designado Hospital da Santa Casa da Misericórdia do Funchal, do sítio do Ilhéu ao sítio dos Marmeleiros em ambulâncias, táxis e carros particulares.

Numa época em que a guerra colonial em África continuava, a notícia de um artigo em Espanha sobre a importância da presença portuguesa no continente e para o “mundo livre” contra o bloco do Leste, com a ex-URSS à cabeça; ou ainda a ameaça de um Senador norte-americano a frisar que os EUA podem ser levados a “deitar algumas bombas no Laos” contra o avanço norte-vietnamita, ameaça comunista que já levava a recuo das tropas de Washington das selvas fratricidas do Vietname.

Em Belfast, as confrontações entre jovens católicos e protestantes levavam as tropas britânicas a reforçaram os níveis de prevenção. Um clima de guerrilha urbana que culminaria no final de Janeiro de 1972 com o Domingo Sangrento e, mais de 20 anos de terrorismo ainda mais sangrento. Uma disputa que só terminou com acordos de paz entre as ‘Irlandas’ e Londres, em 1998, mas que continuam a ser uma dor de cabeça, muito por culpa do Brexit que está aí à porta.

Entre tantas outras notícias, destaque ainda para a decisão do Senado da Universidade de Coimbra após as ‘despertadoras’ manifestações de estudantes de Maio de 1969, a versão portuguesa de Maio de 1968, em Paris, ou mesmo a criação das comissões de fusão dos bancos Lisboa & Açores e Totta-Aliança, mais tarde tornadas Banco Totta & Açores e, cerca de 45 anos depois, que passou a ser o Banco Santander Totta após nova aquisição/fusão (2004), a que se juntaria o Banif, após a resolução em Dezembro de 2015 daquela que era a maior instituição bancária madeirense. Hoje, é apenas Banco Santander Portugal e o segundo maior banco privado a operar em Portugal.

Histórias que poderá ler nas páginas anexas.