Vandalismo, qual a origem?
É de meninos mimados desde o berço que, mesmo não sendo de ouro, não podem receber um não ou uma contrariedade? É de riqueza ou de birras que esfolam pais fartos de trabalhar e fazer sacrifícios para que os seus pirralhos não se sintam inferiores na arte de possuir mesmo que não valham nada como gente? É do género mau e medíocre porque é dessas façanhas que dão nas vistas e, elas ou eles, babam-se? É de gente decente que aguenta até mais não poder e rebenta de tanto ser insultada na sua inteligência com justificações estúpidas? É do fingimento permanente recebido com a tolerância silenciosa da educação que não arma confusão mas mói a mente e o corpo? Há os maus, habituados a ser vencedores por não respeitar regras, vão sempre pelo atalho sem exigência e mérito mas com a excepção dos privilegiados de qualquer poder. Há os maus, os que estabelecem uma nova ordem, onde todos os bons vivem com medo até de respirar para não sofrerem represálias ou lhes ser retirada a miserável vida que levam com vergonha e no sofrimento silencioso. Há os maus que acham-se no direito de acordar todos com o escape livre, de rebentar o mobiliário público ou bem privado, porque sentem-se protegidos, nunca pagam do bolso ou a justiça põe sempre na rua. Há os bons, do médico que nunca chega a horas em consultas adiadas e pelas quais se esperou meses e anos sem cunha. Há os bons, desses que suspiram pelas férias do ano, que nunca saem e apanham com esta aviação de cativeiro, a das tarifas exorbitantes que dão de prémio sermos apalpados, encarneirados e ai se olhas de banda porque as elites do céu chamam a polícia. Do avião que nunca sai a horas ou dão justificação mas quando está a queimar a hora de indemnizar decidem dar um passo e te deixar dentro de aviões, autocarros, etc. E a mala chega? Inteira? Se rebentada e não és VIP nunca te pagam. Com sorte, tudo isto depois de voos com crianças malcriadas, bêbados ou agoniados como tu. Creio que a sociedade está crispada, irritada, muito disfarçada mas pronta a rebentar pelo mínimo por desrespeito e agonia sempre em pressão. Se vives alheado e em festas, és um vegetal que tudo deixas passar. Insensível e de pedra, drogando-se com entretenimento e distracções para não encarares a vida, pioras e permites tudo. Se és ligado à vida e à terra, ciente e consciente, o mais certo é dares em louco por não seres louco. Rebentas, és o anormal perfeitamente normal do povaréu mas ostracizado por uma sociedade fingida. E tu só não aguentaste tanto cinismo, insulto, insolência, mentira, o vilipendiar gratuito dos vencedores da trapaça. Se roubas e mau sujeito mas rico, fazem-te vénia. Se és decente e honrado, nada vales na nova ordem da mediocridade instituída. Pulveriza-te, cria nichos de decência e resistência, usa repelente e conserva a tua saúde, a inteligência e o teu verdadeiro carácter. BASTA! Vandalismo é uma ousadia mais na nova ordem da mediocridade instalada na Região por ignóbeis que têm poder. Os decentes podem não contar mas existem, moderem-se porque ainda podem provar a ira dos bons.