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Catorze marinheiros morreram num incêndio num submarino russo

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Catorze marinheiros morreram na sequência de um incêndio num submarino da marinha russa, disse hoje o Ministério da Defesa da Rússia.

Os marinheiros morreram quando o submarino realizava testes militares em águas territoriais do norte da Rússia.

O incêndio foi extinto pela tripulação do submarino, que agora se encontra ancorado no porto ártico de Severomorsk, uma base da Frota do Norte da marinha russa, para reparações.

O Presidente russo, Vladimir Putin - que foi muito criticado pela forma ausente como lidou com um acidente em 2000, quando o submarino Kursk se afundou no mar de Barrents, matando 118 tripulantes -- ainda não reagiu a este episódio.

Segundo o Ministério da Defesa, os marinheiros mortos sucumbiram aos fumos do incêndio, que os envenenaram, mas as conclusões ficam reservadas para o final de um inquérito que já se iniciou.

Para já, as autoridades russas não revelam mais pormenores, nem sequer o número de marinheiros que se encontrava a bordo do submarino, um AS-12, de propulsão nuclear, batizado Locharik, em homenagem a um personagem de banda desenhada do tempo da União Soviética.

O acidente de hoje reavivou as memórias da tragédia do submarino Kursk, que se afundou durante manobras militares no mar de Barrents, matando 118 marinheiros, em 12 de agosto de 2000.

Nesse acidente, um dos torpedos explodiu, espoletando todas as munições da embarcação, afundando-a até 110 metros de profundidade.

Os 23 marinheiros que sobreviveram ao impacto inicial morreram alguns dias depois, por não terem sido resgatados em tempo útil.

A perda do Kursk permanece até hoje como o pior desastre de sempre da marinha russa, apesar de outros acidentes graves, como o que matou 20 marinheiros asfixiados a bordo do submarino Nerpa, no mar do Japão.

Nos últimos dez anos, três incêndios foram também registados em submarinos russos que se encontravam parados para reparação, com vários especialistas a refreiem problemas de observação de padrões de segurança nos estaleiros.

Outros acidentes fatais ocorreram nas décadas de 1960 e 1970, envolvendo submarinos, principalmente soviéticos, mas também americanos, contando entre eles o que provocou o desaparecimento do USS Thresher, com 129 pessoas a bordo, que se tornou o maior desastre com esta tipologia de embarcações até hoje.

O acidente de hoje ocorreu na zona do Ártico, onde a Rússia continua a reforçar a sua presença civil e militar, ambicionando tornar-se a maior potência na região, aproveitando o degelo provocado pelas alterações climáticas para abrir novas rotas comerciais.

Nos últimos anos, a Rússia instalou várias bases militares no Ártico, depois de quase ter abandonado a zona após o desaparecimento da União Soviética.