Madeira

Calado pede castigo para fraude nas viagens mas não admite que digam que “madeirenses são pouco sérios”

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O vice-presidente do Governo Regional, Pedro Calado, manifestou-se, esta manhã, “preocupado” com o aproveitamento da notícia de uma operação da Polícia Judiciária num caso de fraude com o subsídio de mobilidade aérea para passar uma imagem de que a população madeirense, de forma generalizada, recorre a este tipo de esquemas para defraudar o Estado.

“O Governo Regional colabora com tudo o que for preciso para investigar. Se há ilegalidades, que se investiguem e que se punam os culpados. Agora que não se passe a mensagem no continente de que foi a Madeira que utilizou erradamente o erário público português e muito menos que se diga que os madeirenses são todos pessoas de pouca seriedade e estão aqui a enganar”, sublinhou o ‘número dois’ do executivo madeirense.

Quanto ao aproveitamento político deste caso, Pedro Calado lança a suspeita sobre o Governo nacional: “Julgo que não é por acaso vir um senhor ministro falar primeiro [na Assembleia da República] sobre estas fraudes e passados dois dias nós sabemos que a Polícia Judiciária já está a trabalhar”. O mesmo governante denuncia ainda a “imagem errada” que “se tenta lançar no continente português de que a Madeira e os Açores estão a gastar dinheiro do erário público”. A este propósito, entende que as populações insulares estão a utilizar um direito que lhes assiste constitucionalmente, que é o princípio da continuidade territorial, com a comparticipação das viagens a custar 100 milhões para a Madeira e 100 milhões para os Açores. “Se houve um valor excessivo foi porque o Governo da República esteve três anos para rever uma lei que foi aprovada por unanimidade na Assembleia Legislativa da Madeira e que quando chegou a Lisboa o PS foi o único partido que votou contra essa proposta. Puseram a proposta numa gaveta e só agora no último plenário da Assembleia da República é que a puxam para ser aprovada, com a nuance que nunca vai entrar em vigor antes de Janeiro de 2020”, rematou o governante madeirense.