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Associações ambientalistas alertam para aproveitamentos políticos da greve estudantil

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A Confederação Portuguesa de Associações de Defesa do Ambiente (CPADA) alertou hoje para tentativas de aproveitamento político da greve climática estudantil marcada para sexta-feira, uma iniciativa que apoia.

Na sexta-feira estudantes de mais de uma centena de países vão faltar às aulas e manifestar-se em protesto pelo que dizem ser ausência de ação dos políticos para combater as alterações climáticas.

Hoje, em comunicado, a CPADA diz que há “tentativas de infiltração”, no movimento estudantil, “de organizações ligadas a interesses ideológicos e políticos de vários carizes”.

A CPADA, diz no documento, teme que o aproveitamento por parte de outras entidades possa retirar a genuinidade e autenticidade do movimento estudantil, e que os objetivos dos estudantes possam ser desvirtuados.

A luta contra as alterações climáticas é essencial para a sobrevivência da espécie humana e o movimento dos jovens “merece o apoio de todos”, mas sem “interferências e manipulações”.

Também hoje, em comunicado, a organização ambientalista Zero apelava para a participação de todo os cidadãos na greve/manifestação mas sem tirar o protagonismo aos jovens, que se estão a organizar “para tornar as alterações climáticas uma prioridade para todos”.

A Zero lembra que a iniciativa acontece no último dia da campanha eleitoral para as eleições europeias e diz que o clima tem de ser uma prioridade para a próxima geração de decisores da União Europeia.

Também numa declaração à Lusa o vice-presidente da Quercus, Nuno Sequeira, disse que a organização ambientalista se associou à mensagem do movimento estudantil, e que participou em debates a convite dos jovens. “As alterações climáticas são uma realidade inegável e mais do que nunca é preciso passar das palavras à ação”, disse.

Outra organização ambientalista, a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), também já disse que se junta à greve climática e à marcha pelo clima, para reivindicar ações concretas para proteger o ambiente.

E também por considerar, diz em comunicado, que se vive um período crítico e que é “crucial tomar decisões concretas e eficazes”.

A Associação Natureza Portugal (ANP), em parceria com a World Wide Fund for Nature (WWF), não participa na iniciativa, mas apoia. “Os jovens estão a exigir aos governos do mundo que os ouçam porque é o seu futuro que está em jogo. O nosso Governo deve parar, refletir, e agir, declarando como prioridade absoluta o combate às alterações climáticas e a degradação da natureza “, disse à Lusa a diretora executiva da ANP/WWF, Ângela Morgado.

A greve climática de sexta-feira segue-se a uma outra realizada com os mesmos objetivos a 15 de março e que juntou jovens em 125 países.