Madeira

“Daqui a uns anos 90% dos trabalhadores da Madeira receberão o salário mínimo”

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O coordenador da União dos Sindicatos da Madeira (USAM), Adolfo Freitas, defendeu, esta manhã, em conferência de imprensa, que todos os salários deviam ser aumentados no próximo ano em pelo menos 35 euros, o valor que está previsto para a subida do salário mínimo. É que se assim não acontecer “daqui a uns anos 90% dos trabalhadores da Madeira receberão o salário mínimo”, já que a resistência das empresas em descongelar a contratação colectiva leva a que cada vez mais categorias profissionais sejam abrangidas pela remuneração mínima.

A comissão permanente de concertação social da Madeira (que junta Governo, empresas e sindicatos) aprovou na sexta-feira o aumento para 650,88 euros do valor do salário mínimo a vigorar na Região no próximo ano. O porta-voz sindical explicou que “a USAM é a favor do aumento do salário mínimo mas não é a favor da percentagem que foi apresentada e aprovada pelo Governo”, pois acha que “o valor proposto é insuficiente”. Em linha com o sugerido a nível nacional pela CGTP, a entidade que representa os sindicatos madeirenses fez uma proposta de um calendário de aumentos para o salário mínimo chegar aos 850 euros e que enquanto não fosse atingida essa meta haveria lugar a um acréscimo de 7,5% sobre a remuneração. Quanto aos trabalhadores que ganham mais do que o salário mínimo e que sejam abrangidos pela contratação colectiva, a proposta da CGTP é que tenham todos direito a um aumento de 90 euros mensais. “Isto significa um aumento de 3 euros por dia. Não é valor algum impossível das empresas poderem pagar”, referiu Adolfo Freitas.

O dirigente sindical considera que os trabalhadores madeirenses merecem melhores condições remuneratórias, já que o custo de vida, a inflação mas também a produtividade têm vindo a aumentar. A própria economia regional já cresce há 75 meses consecutivos.

Por fim, a USAM apresentou um conjunto de reivindicações junto do Governo Regional para 2020: exigência de contratos permanentes de trabalho em empresas que recebem subsídios públicos e incentivos fiscais; redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais e 25 dias de férias garantidos nos sectores público e privado; e subsídio de insularidade para o sector privado.