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Plácido Domingo desiste de actuar em espectáculo cultural dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020

FOTO EPA
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O comité organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 anunciou hoje que o tenor Plácido Domingo, envolto numa polémica relacionada com denúncias de assédio sexual, não vai actuar num espectáculo cultural associado ao evento desportivo.

“Após uma análise cuidadosa, decidi não participar no espectáculo (...) devido à complexidade do projecto”, afirmou o tenor, numa mensagem reproduzida pelo comité organizador dos Jogos Olímpicos.

Plácido Domingo acrescentou tratar-se de uma “iniciativa cultural maravilhosa” por ser uma fusão “de duas tradições teatrais destinadas a unir duas culturas no mesmo cenário, em perfeita harmonia com o espírito olímpico”.

“Continuo agradecido ao comité organizador dos Jogos Olímpicos e dos Paralímpicos de Tóquio e à equipa criativa de Kabuki pelo convite para participar neste maravilhoso evento”, disse Plácido Domingo.

Em Agosto passado, o comité organizador de Tóquio 2020 tinha informado estar a acompanhar de perto a evolução das alegações de assédio sexual contra Plácido Domingo.

A organização dos Jogos Olímpicos de Tóquio tinha anunciado, em abril passado, que Plácido Domingo ia partilhar o palco com o actor Ebizo Ichikawa XI, uma das figuras mais relevantes do teatro japonês Kabuki, num espectáculo de inauguração do programa cultural dos Jogos, apelidado de Tokyo 2020 NIPPON Festival.

Após a denúncia contra o tenor, o vice-director geral do Tokyo 2020, Masaaki Komiya, disse, em 28 de Agosto, que o comité organizador estava a “fazer todo o possível para reunir informações” sobre as acusações.

No mês de agosto, a agência de notícias Associated Press publicou uma longa investigação, com quase 50 pessoas entrevistadas a confirmarem comportamentos impróprios por parte de Plácido Domingo.

Desde a publicação da investigação, a Orquestra de Filadélfia e a Ópera de São Francisco anunciaram o cancelamento das actuações programadas do tenor, enquanto o Festival de Salzburgo, na Áustria, decidiu manter os concertos previstos, tendo a presidente do evento, Helga Rabl-Stadler, sublinhado o “tratamento apreciativo [de Domingo] para com todos os funcionários do festival”.