Ciclo de conferências ‘Em torno da Arte e do Engenho’ de volta ao Museu de Arte Sacra

O Ciclo de Conversas ‘Em torno da Arte e do Engenho’, inseridas no âmbito da exposição temporária Fábrica de Açúcar de Filipa Venâncio. Testemunhos de uma indústria’, patente ao público desde Maio, no Museu de Arte Sacra do Funchal, continua esta semana, nos dias 27 e 28, às 18 horas.
Desta vez as duas conversas contam com dois convidados provenientes do território continental português – João Miguel Fernandes Jorge, escritor e crítico de arte, e Isabel Sabino, professora catedrática da Faculdade de Belas Artes de Lisboa.
A primeira conferência, marcada para 27 de Junho, tem como título ‘A Fábrica do Sagrado do Museu de Arte Sacra do Funchal recebe a Fábrica do Açúcar de Filipa Venâncio’ e estraá a cargo de João Miguel Fernandes Jorge (escritor e crítico de arte).
No seu último livro, com temática artística, intitulado ‘Longe Do Pintor Da Linha Rubra’, 2017, Patavina, Lisboa, o escritor publicou vários textos sobre exposições e museus que visitou anos antes na Madeira onde se inclui o Museu de Arte do Funchal ou a exposição de Filipa Venâncio, na Quinta Palmeira, em 2008. Dez anos depois o escritor apresentará uma nova reflexão a partir dos sentidos que lhe despertam esta contaminação entre a nova exposição temporária de Filipa Venâncio no âmago de um dos museus que mais o atrai no Funchal.
Nota Biográfica de João Miguel Fernandes Jorge
João Miguel Fernandes Jorge nasceu em 1943 no Bombarral, onde actualmente vive. Foi professor de Estética na Escola Superior de Cinema e, para além de uma vasta obra poética que começou em 1971 com o livro Sob Sobre a Voz, na extinta Moraes, e se prolonga até hoje, tem também uma vasta produção ensaística sobre artes plásticas, que começou em 1974. O autor escreveu sobre artistas tão díspares como Bartolomeu Cid dos Santos, Jorge Molder, Pedro Capalez, Rui Chafes, entre outros. É irmão de André Jorge, o mítico editor da Cotovia, chancela à qual também esteve ligado até 1991. A obra completa de JMFG está publicada em vários volumes na editorial Presença, na Relógio d’Água, na Cotovia e em muitos catálogos de artistas plásticos e exposições. Há ainda a revista literária As Escadas não têm Degraus, feita em conjunto com o poeta Joaquim Manuel Magalhães e com Manuel Feijó, que foi publicada pela Cotovia.
Para o dia 28 de Junho está marcada a segunda conferência intitulada ‘Sobre pintura contemporânea: persistências, fluxos, lugares’, com Isabel Sabino (Professora Catedrática da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa)
Quando o ritmo acelerado das mudanças transforma e ameaça o mundo, a criação pictórica - forma ancestral de participar na nossa tentativa global de conhecer, compreender e mudar a vida - sobrevive e afirma-se sob vias diversas. Assim surgem, então, persistências e novas questões, instigando uma reflexão que requer dos públicos alguma preparação ou simples atenção. É certo que a pintura é pouco dada a efeitos mediáticos nos quotidianos das maiorias, bem como nos lugares de visionamento e circulação artística, cada vez mais invadidos pela proliferação de formas artísticas (específicas, transversais ou até extra-artísticas). Mesmo assim, a energia dos discursos pictóricos continua a suscitar interesse e a colaborar activamente no que, afinal, constituem as finalidades fundamentais da arte.
Nota biográfica Isabel Sabino
- Natural de Lisboa, nasceu em 1955. Licenciou-se em Artes Plásticas/Pintura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (ESBAL), em 1978. Foi professora no Ensino Básico e Secundário, de 1976 a 1982 (estágio em 79), e no Ensino Superior: na ESBAL/FBAUL desde 1982 e na ESTC (Escola Superior de Teatro e Cinema) em 2002 e 2003. Agregação em Pintura em 1992 e Agregação na Universidade de Lisboa em 1999. Foi membro da Academia Nacional de Belas Artes desde 1998 e actualmente é Professora Catedrática na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (Pintura e Teorias da Pintura) e Coordenadora do Mestrado em Pintura.