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Acidente com Boeing em Filadélfia pressiona companhias a fazer inspecções

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O acidente com um Boeing 737 da Southwest Airlines está a pressionar companhias aéreas e reguladores a actuarem rapidamente na inspecção das pás de ventoinha dos motores, como as que se terão soltado do avião acidentado.

O acidente de terça-feira com a aeronave da companhia aérea norte-americana provocou a morte de uma mulher, que segundo os passageiros terá sido parcialmente sugada por uma janela danificada pelos destroços do motor que avariou e partiu em pleno voo.

A análise preliminar dos investigadores ao acidente, ainda na terça-feira, revelou que o acidente com o Boeing 737 foi em tudo similar ao ocorrido com outro avião da mesma companhia aérea em 2016, o qual levou na altura o construtor dos motores a recomendar novas inspeções às pás de ventoinha de muitos Boeing 737.

O presidente do organismo para a segurança dos transportes nacionais (NTSB, na sigla em inglês) disse à agência Associated Press (AP) que a análise preliminar mostrou sinais de desgaste do metal no sítio do qual as pás se separaram do motor.

A mulher em questão foi a primeira vítima fatal de um acidente de aviação nos EUA com uma companhia norte-americana desde 2009, lembrou a AP.

Um dos motores do Boeing 737, que fazia a ligação entre o aeroporto de LaGuardia, em Nova Iorque, e Dallas, Texas, e que transportava 149 pessoas, terá explodido quando a aeronave se encontrava a 32 mil pés de altitude e os destroços resultantes da explosão terão embatido na fuselagem do avião, danificando uma janela próxima do motor.

Para além da morte de uma mulher, o incidente provocou ainda sete feridos.

Segundo o presidente executivo da companhia aérea norte-americana Southwest Airlines, Gary Kelly, o avião não revelou qualquer problema na inspecção a que foi sujeito no passado domingo, e que já conta com mais de 40 mil descolagens desde que está ao serviço da companhia -- julho de 2000 -- 10 mil das quais já depois da última revisão geral.

O construtor CFM International, uma ‘joint venture’ entre a General Eletric Co. e a francesa Safran SA, recomendou no passado mês de junho que as companhias aéreas que estivessem a usar determinados tipos de motor levassem a cabo inspecções ultra-sónicas para procurar por rachas no material.

No mês passado, os reguladores europeus requereram que as companhias aéreas a voar na Europa fizessem as inspeções recomendadas pelo construtor.

Nos EUA, a Administração para a Aviação Federal (FAA, na sigla inglesa) propôs uma directiva semelhante em agosto, mas não exigiu as inspecções.

Na proposta da FAA seriam dados às companhias aéreas seis meses para inspeccionar as pás de ventoinhas em motores com mais de 7.500 voos efectuados e 18 meses a motores com menos uso.

Não é claro, refere a AP, se isso teria obrigado a Southwest Airlines a realizar rapidamente uma inspecção ao motor que explodiu, que já tinha 10 mil voos realizados desde a última inspecção geral.

A FAA tem sido acusada pelos críticos de inacção perante a ameaça à segurança aérea.