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Número de mortos por ingestão de álcool adulterado na Indonésia sobe para 80

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O número de mortos por ingestão de uma bebida alcoólica adulterada na Indonésia subiu de 28 para cerca de 80 em apenas cinco dias, indicaram hoje fontes oficiais em Jacarta.

Segundo o porta-voz da polícia de Java Ocidental, Trunoyudo Wisnu Andiko, as vítimas são de três localidades da província de Bandung, onde outras 90 estão hospitalizadas.

“Os pacientes chegam com dificuldades em respirar, com tonturas e muitos deles com a visão afetada”, referiu uma médica do hospital estatal em Cicalengka à cadeia Indonesian TV.

O mercado negro das bebidas alcoólicas tem prosperado entre a população mais pobre da Indonésia, o país muçulmano mais populoso do mundo e em que, apesar de não ser ilegal, o consumo de álcool é desencorajado pelas autoridades.

O diretor do hospital em Cicalengka, Yani Sumpena, disse estar alarmado com a quantidade de pessoas que chegam à unidade de saúde com sintomas de envenenamento depois de terem ingerido álcool.

As análises preliminares feitas pelas autoridades locais dão a entender que o álcool poderá conter metanol em doses letais, obtido indiretamente durante a destilação.

A polícia, por outro lado, indicou que, em alguns casos, o álcool puro tem sido combinado com vários ingredientes, entre os quais repelente de inseto.

As mortes provocadas por álcool adulterado são comuns na Indonésia, mas o número crescente de mortos nos últimos anos tem sido dramático.

Em Java Ocidental, a especulação sobre a culpa tem responsabilizado uma única empresa distribuidora, mas a polícia local indicou não dispor de provas nesse sentido.

O porta-voz da polícia adiantou, porém, que já foram detidas sete pessoas suspeitas de adulterar ou vender a bebida engarrafada.

“Ainda não conseguimos descobrir nenhuma ligação entre eles. Com base nas confissões, pelo que se percebe, trabalhavam de forma independente, cada um deles misturando o álcool de forma diferente”, acrescentou Andiko, lembrando que a polícia em Jacarta deteve outros quatro suspeitos.

A venda de álcool na Indonésia é altamente regulamentada e sujeita a altos impostos.

No entanto, o contrabando e a comercialização de álcool é uma prática regular no país, segundo a maior associação muçulmana indonésia, Nahdlatul Ulama.

O Nahdlatul Ulama, um grupo moderado, opôs-se à proibição, no ano passado, de venda de álcool exigida pelas fações islâmicas mais conservadoras, devido ao perigo de consumir bebidas adulteradas.