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Queremos repetir o erro?

O Grupo Parlamentar do CDS decidiu chamar ao Parlamento Regional o novo vice-presidente do Governo, Pedro Calado, para que este explique a preocupante derrapagem das contas da Região. A questão não é de somenos importância. Recordemos que foi o descontrolo orçamental e a dívida oculta que nos conduziram ao PAEF, com as desastrosas consequências que ainda se fazem sentir na vida dos cidadãos e das empresas da Madeira e do Porto Santo. O CDS não vai permitir que situação semelhante se repita. Os indicadores são muito preocupantes. Entre Janeiro e Agosto de 2017, a receita teve uma quebra de 126 milhões de euros (uma descida de 12%) enquanto que no mesmo período, a despesa cresceu 73 milhões de euros (mais 8,5%). Até Agosto, o Boletim de Execução Orçamental regista um saldo global negativo de 152 milhões de euros, contrariamente àquilo que acontecia em 2016, quando mostrava um saldo global positivo de 22 milhões de euros. A queda da receita fica a dever-se, maioritariamente, à quebra no IRC, cifrada em 93 milhões de euros. Estranhamente, a rubrica “juros e outro encargos” cresceu negativamente mais de 70 milhões de euros. Para além de preocupantes, estes dados são intrigantes, já que o anterior Secretário Regional das Finanças, Rui Gonçalves, afirmava frequentemente que as contas regionais estavam no bom caminho. A caminho do superavit. Pelos vistos, as boas notícias transformaram-se em previsões falhadas... Perante o cenário, há que emendar a mão e acertar o rumo. Há que perceber a razão da quebra de receitas, por um lado, e por outro há que priorizar bem o investimento publico. Nos dias que correm, anuncia-se nova corrida às obras públicas, dando prioridade a investimentos viários, mesmo sabendo que áreas como a saúde têm faltas cuja resolução deveria ser assumida como prioritária, pois é fundamental voltar a oferecer dignidade, segurança e qualidade aos utentes e aos profissionais. Aprender com o passado é uma regra de ouro, que deve ser observada por qualquer decisor, pelo que é da maior relevância não esquecer de que foi a má priorização do investimento publico e sua intensidade que nos deixou à beira do abismo, em tempos ainda muito recentes. Queremos repetir o erro?