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‘Fru Fru’ das Autárquicas

Há os cheios de pavor de perder o seu lugarzinho, muitas vezes mais pela cagança do que pelo dinheiro

Apesar de estarmos a cerca de quatro meses e meio das próximas eleições autárquicas, nota-se um certo Fru Fru no ar. Os partidos procuram arranjar os seus melhores candidatos, no seu ponto de vista, claro, o que nem sempre é possível, porque não têm melhor prata em casa. Recorrem a fora, aos chamados independentes, que mais tarde podem passar a dependentes. Fazem-se algumas transferências, como se de futebol se tratasse, uns com rótulo partidário e outros mal disfarçadamente independentes e ainda outros que são forçados a aceitar para pagar benesses recebidas ou mesmo a ganhar benesses antes de serem oficialmente candidatos, segundo corre na “praça”. Fazem-se sondagens para ver como param as modas ou então para saber da sua notoriedade perante o eleitorado independentemente de serem ou não candidatos.

Estas eleições envolvem milhares de eleitores madeirenses, pois são três os boletins de voto e todos com muitas pessoas: Vereação das Camaras Municipais, Assembleias Municipais e Assembleias de Freguesia, de onde sairão os futuros dirigentes das chamadas Juntas de Freguesia, quiçá os eleitos que estão mais perto do eleitorado. São 54 freguesias, que podem ser multiplicados por mais de meia dúzia (o numero de partidos e/ou coligações que concorrem). Para o Funchal são duas coligações a concorrer: Confiança, (coligação com vários partidos) com Paulo Cafofo à frente, CDU (coligação com dois partidos) com Artur Andrade à cabeça (pensamos nós) e os partidos PSD, com Rubina Leal e CDS com Rui Barreto, para já, mas pensamos que ainda devem aparecer mais alguns ou algumas, principalmente no Funchal, para além de algumas listas de independentes. Por aqui para fazerem uma pequena ideia do numero de pessoas que serão envolvidas: penso que cada partido/coligação, necessita de pelo menos setecentos pessoas, não esquecendo que também existem os suplentes. Se partirmos do principio que esse numero de 700 está certo e considerando que haverá seis partidos/coligações a concorrer, em média, por concelho, teremos pelos menos 3.600 candidatos mais os suplentes.....é só isto e apenas isto. As Juntas de Freguesia terão que passar certidões de toda essa gente, pondo os computadores e impressoras a fumegar...

São os custos da democracia, que leva muita gente a participar na vivência democrática, tornando-se cidadãos de corpo inteiro, incluindo todos aqueles que vão colaborar nas mesas de voto, assim como os delegados de todos os partidos, que são mais 11 pessoas por cada mesa. Pensamos que no total serão mais de cinco mil pessoas, mais as “máquinas” dos partidos e coligações.

Em tudo isto há ao chamados “pagamentos de facturas”, ou sejam as tais pessoas que aceitam porque já receberam ou estão à espera de receber algumas benesses, para além daqueles que têm medo de recusar os pedidos, em especial do partido do poder. Têm medo de serem perseguidos, de ficarem marcados para o futuro, como aconteceu com muita frequência no passado e também no presente, Há aqueles que se colocam nas filas da frente das festas partidárias e aqueles que vão, mas vêm embora, logo que são vistos pelos “chefes”. Há também aqueles que vão às festas de todos os partidos, principalmente quando a “comidinha” é de borla, ou quando os espetáculos são bons ou popularuchos. Se perguntarem a essas pessoas o que disse este ou aquele, respondem que nem ouviram....

É tudo isto que se aproxima. A azáfama é grande na composição das listas e do próprio lugar dentro delas. Muitas vezes escolhem o “cabeça” e depois é ele que se encarrega de completar a lista, mas não esquecendo ao recadinhos da direções para não se esquecerem de A ou de B. Há os que ficam cheios de pavor com receio de perder o seu lugarzinho, muitas vezes mais pela cagança do que pelo dinheiro e aí por vezes, acontecem tiros nos pés, quer no interior dos partidos e coligações, quer, mesmo na praça pública. Há sempre alguém que fica descontente e como não sabem o que é a ética, barafustam cá fora, como se fossem os maiores “santinhos” e curiosamente alguns nem pertencem aos partidos ou às coligações, mas entendem que a sua maneira de ver as coisas é que é a mais correta.

Enfim, estão a queimar os últimos cartuchos na elaboração dessas listas e apesar de existirem muitas dificuldades, estamos convencidos que conseguirão concluí-las a tempo. A corrida para apanhar os chamados “ressabiados”, penso que já acabou e já devem estar todos a caminho do poder (?)

Que tanto a campanha eleitoral, como o ato em si, corram bem. Que seja uma campanha de gente civilizada e que nunca se esqueçam que em politica não existem inimigos, mas adversários e já agora, que também se lembrem da ideologia da sua família politica, que sejam fieis aos seus ídolos.

Só a titulo de curiosidade, achei piada a recomendação que o “Vice-Rei” de um partido que entra na coligação por Lisboa, fez à sua cabeça de lista : “ não use saia travada, mas calças ou saias largas”....vejam a politica onde já vai!!!!

A todos, sem exceção, os que colaborarem com a democracia, um bem Hajam bem alto.