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Papa Francisco lamenta morte trágica de jornalista em Malta

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O papa Francisco lamentou hoje o assassínio da jornalista de investigação Daphne Caruana Galizia, ocorrido em Malta na segunda-feira passada, qualificando a morte da repórter como “trágica”, divulgou a Santa Sé.

Num comunicado, a Santa Sé informou que a mensagem do pontífice foi enviada para o arcebispo de Malta, Charles J. Scicluna, e assinada, de acordo com as habituais formalidades, pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.

Na mensagem, Francisco enviou as condolências à família da jornalista e referiu estar solidário com o povo de Malta.

“Entristecido com a trágica morte de Daphne Caruana Galicia, sua Santidade o papa Francisco oferece orações para o seu eterno descanso e pede-lhe amavelmente que transmita as suas condolências à família. (...) Também assegura a sua proximidade espiritual com o povo de Malta neste momento difícil e implora a bênção de Deus sobre a nação”, indicou a mensagem papal.

Com 53 anos, a jornalista -- que chegou a denunciar que estava a ser alvo de ameaças de morte - morreu na segunda-feira (dia 16 de outubro) quando uma bomba explodiu no seu carro.

Daphne Caruana Galizia era a jornalista que liderava a investigação jornalística que ficou conhecida como “Papéis do Panamá” em Malta.

Também tinha um blogue onde denunciava líderes políticos. Uma das suas mais recentes investigações visava o primeiro-ministro de Malta, o trabalhista Joseph Muscat, e alguns dos seus assessores mais próximos.

Um dia depois da morte desta jornalista, que integrava o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), um dos seus filhos denunciou a “cultura de impunidade” sentida em Malta e acusou o governo de Joseph Muscat e outras autoridades de “cumplicidade” no crime.

Nessa mesma ocasião, Matthew Caruana Galizia referiu-se a Malta como um “Estado da máfia”.

Na quinta-feira, num texto divulgado através das redes sociais, Matthew e os outros dois filhos da jornalista pediram a demissão do primeiro-ministro de Malta e criticaram a falta de mudanças na justiça face a uma situação “desesperada” no país.

Em reação, o primeiro-ministro Joseph Muscat defendeu que Malta “não é definitivamente um país mafioso” e assegurou que o governo de La Valeta vai apurar todos os elementos deste caso.