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Mundo reage com consternação ao atentado de Manchester

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São de condenação e consternação as mensagens que têm chegado de todo o mundo em reação ao atentado da noite de segunda-feira em Manchester, que está a ser tratado pelas autoridades britânicas como um “incidente de terrorismo”.

Pelo menos 22 pessoas morreram e 59 outras ficaram feridas numa explosão na Arena de Manchester, no norte da Inglaterra, no final de um concerto da cantora Ariana Grande, segundo o mais recente balanço da polícia britânica.

O comandante da polícia de Manchester, Ion Hopkins, disse que as autoridades suspeitam que o responsável foi um homem apenas, que morreu na explosão e que “transportava um engenho explosivo improvisado, que detonou, causando esta atrocidade”.

Este atentado é o mais importante no Reino Unido desde julho de 2005, quando três explosões no metropolitano e uma num autocarro provocaram 56 mortos e 700 feridos em Londres.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, que condenou o “ataque terrorista terrível” e manifestou o seu pesar às famílias das vítimas, preside esta manhã a uma reunião da Comissão Cobra, que é acionada em situações de crise e inclui representantes de forças policiais e outras autoridades.

Após o ataque, foi anunciada a suspensão da campanha para as legislativas antecipadas no Reino Unido, a 08 de junho, com Theresa May e o seu rival trabalhista, Jeremy Corbyn, a concordarem na decisão de “suspender até nova ordem” a campanha.

De todo o mundo chegam mensagens devido ao ataque ocorrido no final do concerto da norte-americana Ariana Grande, que afirmou estar “destroçada”.

O Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou hoje estar a “acompanhar com grande consternação o bárbaro atentado” e manifestou a sua solidariedade “em nome do povo português, em particular para com as famílias das vítimas”.

Numa mensagem enviada à rainha de Inglaterra, o Presidente português, que se encontra numa visita ao Luxemburgo, sublinhou a importância de uma “Europa unida no combate ao terrorismo e à defesa constante e permanente dos valores da democracia, da promoção da paz e do respeito pelos direitos humanos”.

O Governo português tinha indicado anteriormente estar a acompanhar o caso desde a noite de segunda-feira, sendo que, segundo fonte da Secretaria de Estado das Comunidades, não há, para já, qualquer indicação de portugueses entre as vítimas mortais.

O primeiro-ministro, António Costa, também manifestou hoje solidariedade para com o povo britânico, em particular para com as vítimas e familiares do ataque, numa mensagem publicada na sua conta no Twitter, repetida, em inglês, minutos depois.

Os principais líderes europeus reagiram já ao atentado, incluindo a chanceler alemã, Angela Merkel, que expressou “tristeza” e “horror” e garantiu que “a Alemanha está ao lado” dos britânicos.

“Este ataque, supostamente terrorista, vai reforçar a nossa determinação no trabalho com os nossos amigos britânicos” no combate contra aqueles que cometem “atos desumanos”, sublinhou.

Também num comunicado, o Eliseu fez saber que foi “com choque e consternação que o Presidente da República, Emmanuel Macron, recebeu a notícia do atentado mortal”.

O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que também afirmou estar profundamente chocado, comentou, por seu turno, que os autores destes “ataques cobardes” subestimam a resiliência de britânicos e europeus, que continuarão a lutar “lado a lado” contra o terrorismo.

“Hoje estamos de luto convosco. Amanhã trabalharemos lado a lado convosco para combater aqueles que tentam destruir o nosso modo de vida. Eles subestimam a nossa e a vossa resiliência: estes ataques cobardes apenas fortalecerão o nosso compromisso em trabalhar juntos para derrotar os autores de atos tão desprezíveis”, afirmou, numa mensagem de condolências à primeira-ministra britânica divulgada em Bruxelas.

Sinceras condolências e a condenação “veemente” de um ataque “cínico e desumano” foram manifestadas também pelo Presidente da Rússia, Vladimir Putin, que afirmou estar disposto a “promover a cooperação antiterrorista”.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também apelou à união de “todas as nações civilizadas” no combate ao terrorismo, após qualificar de “falhados diabólicos” (’evil losers’) os responsáveis, numa conferência de imprensa conjunta com o líder da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, em Belém, onde se encontra na sua primeira visita como chefe de Estado.

As reações têm também lamentado que o atentado terá sido propositadamente direcionado para atingir jovens, atendendo a que o recinto da Arena de Manchester, com capacidade para acolher 21 mil pessoas, se encontrava cheio de adolescentes.

“Este incidente, este ataque, é particularmente vil, criminoso e horrendo porque parece ter sido deliberadamente dirigido contra adolescentes. É um ataque contra os inocentes e não há crime mais condenável do que o assassínio de menores”, afirmou o primeiro-ministro da Austrália, Malcolm Turnbull.

Organizações internacionais também já expressaram a sua consternação por causa do atentado, como a UEFA que, em comunicado, garantiu, entretanto, que a final da Liga Europa de futebol, agendada para quarta-feira, entre Manchester United, orientado pelo português José Mourinho, e o Ajax, vai disputar-se como o previsto.

O organismo que tutela o futebol europeu assegura que “até ao momento não há informações específicas que indiciem que quaisquer das atividades previstas para a final da Liga Europa possam ser alvo de ataques”.