Milhares de venezuelanos participaram hoje na “marcha do silêncio”, convocada pelo partido da oposição Mesa de la Unidad Democrática (MUD), com o intuito de prestar homenagem às vítimas mortais dos recentes protestos governamentais.

A marcha principal partiu do leste de Caracas, a capital da Venezuela, e percorreu 14 quilómetros até à sede da Conferência Episcopal, mas houve outras marchas que partiram de outras zonas da cidade.

A iniciativa inicialmente foi proibida pela polícia, mas acabou por ser autorizada com a alteração do percurso previamente definido.

Lilian Tintori, mulher de Leopoldo López, dirigente da oposição que foi detido, encabeçou a mobilização, tendo apelado para que “aqueles que dão ordens de repressão” não o façam nesta marcha.

“Não queremos mais dor, não queremos mais confrontação, esta é uma marcha de paz, em absoluto silêncio. Pensemos nos mais necessitados, pensemos não nos que já cá não estão, pensemos nos que estão presos”, afirmou Tintori, citada pela agência de notícias espanhola Efe.

A “marcha do silêncio” integra uma série de protestos agendados pela MUD na última quinta-feira, estando prevista para segunda-feira uma nova mobilização.

As manifestações antigovernamentais que têm ocorrido na Venezuela nas últimas três semanas já provocaram uma dezena de mortos, incluindo um funcionário da polícia militar (GNB), bem como centenas de feridos e de detidos.