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Macron insiste em orçamento próprio da zona euro

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O Presidente francês, Emmanuel Macron, insistiu hoje na Alemanha que a zona euro deve ser reforçada com um “orçamento próprio”, apesar de fortes reservas de Berlim sobre esta proposta.

“Creio num orçamento europeu muito mais ambicioso. (...) Creio numa zona euro mais integrada, com um orçamento próprio”, declarou Macron, a propósito das negociações com a Alemanha sobre a reforma da União Europeia (UE) no pós-Brexit, que deveriam estar concluídas em junho próximo.

Emmanuel Macron falava durante a cerimónia de entrega do prémio europeu Carlos Magno, na presença da chanceler alemã, Angela Merkel, em Aachen, Alemanha.

Na sua intervenção, exortou também a Alemanha a abandonar o seu “fetichismo” pelos excedentes orçamentais e comerciais, num cenário de reformas necessárias na Europa.

“Na Alemanha não pode haver um fetichismo perpétuo pelos excedentes orçamentais e comerciais, porque eles são feitos à custa uns dos outros”, disse, numa referência às políticas e austeridade defendidas por Merkel.

Macron defendeu ainda que a Europa não deve “deixar-se dividir” pelos nacionalismos, destacando que a partir de uma perspetiva unicamente nacional não é possível enfrentar os grandes desafios do mundo atual.

O chefe de Estado francês destacou que a construção europeia garantiu 60 anos de paz, liberdade e bem-estar, pelo que a considerou como “um tesouro que não tem preço”.

O Presidente francês e a chanceler alemã estão envolvidos há semanas em negociações complicadas para tentar alcançar a um acordo sobre uma série de projetos para a UE, após a saída do Reino Unido, antes de uma cimeira de líderes europeus no final de junho.

Um dos principais pontos de desentendimentos são as propostas francesas para fornecer à zona euro um orçamento de investimento para impulsionar o crescimento.

Macron aproveitou a entrega do prémio pelo seu compromisso pró-europeu, na Alemanha, para sublinhar a sua impaciência crescente: “Não sejamos fracos e decidamos”, afirmou.

Emmanuel Macron foi hoje distinguido com o prémio Carlos Magno “pela sua visão de uma nova Europa” e a sua “atitude firme” contra o nacionalismo e o isolacionismo.