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‘Jihadistas’ que regressarem a França serão apresentados à justiça, garante governo

Foto EPA
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O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, assegurou hoje que os ‘jihadistas’ de nacionalidade francesa que regressarem ao país após terem combatido na Síria ou no Iraque serão submetidos a um processo penal.

“A presença de cidadãos franceses numa zona de combate é penalmente repreensível (...). Aqueles que tomaram a opção de lutar contra a coligação [internacional que combate os ‘jihadistas’], quando regressarem serão imediatamente submetidos a um processo penal, com os efeitos conhecidos”, disse Edouard Philippe, após uma reunião franco-marroquina de alto nível em Rabat.

O primeiro-ministro indicou que este foi o caso de nove extremistas franceses que regressaram a França desde o início do ano, mas sem referir o número de combatentes franceses que ainda continuam supostamente em território sírio ou iraquiano.

Quando questionado sobre o eventual regresso de vários franceses que ainda integram as fileiras do grupo extremista Estado Islâmico (EI), e perante a reconquista pelo governo sírio da cidade de Raqqa (o último bastião ‘jihadista’ na Síria), Edouard Philippe garantiu que o executivo de Paris “não irá organizar de forma alguma” o regresso dessas pessoas.

Na quarta-feira, a estação pública britânica BBC informou que cerca de 4.000 ‘jihadistas’ estrangeiros tinham saído de Raqqa numa coluna organizada, alegadamente com a autorização da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos.

As mesmas informações referiram que o maior número de estrangeiros não árabes tinha nacionalidade francesa.

Estas informações, que não foram confirmadas por outras fontes, tiveram uma ampla repercussão em França, país que sofreu alguns dos atentados perpetrados por extremistas mais sangrentos em território europeu.

Hoje, numa reunião na Jordânia, a coligação liderada pelos Estados Unidos anunciou que o EI perdeu 95% do território que conquistou em 2014 na Síria e no Iraque.

No mesmo encontro em Amã, a coligação frisou que o afluxo de combatentes estrangeiros à Síria “quase cessou” e “cada vez mais combatentes eram detidos nas fronteiras”.

Numa nota informativa, o representante dos Estados Unidos junto da coligação, Brett McGurk, referiu-se a “uma base de dados da Interpol com 43.000 nomes” que permite aos países aliados localizar e “deter os combatentes em controlos rodoviários de rotina ou quando tentam passar uma fronteira internacional”.

Em 2014, os ‘jihadistas’ conquistaram vastos territórios no Iraque e na Síria, controlando então cerca de um terço do primeiro e metade da segunda, e proclamaram um “califado” nessas regiões.