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Israel pronto para colaborar com países árabes moderados para “fazer frente ao Irão”

Foto DR
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Israel está disposto a partilhar informações com os países árabes moderados, entre os quais a Arábia Saudita, “para fazer frente ao Irão”, afirmou o chefe de Estado-Maior do Exército israelita, em entrevista divulgada hoje no sítio árabe Elaph.

Gadi Eisenkot declarou que Israel “está pronto para partilhar informações se necessário”, porque “há muitos interesses em comum” com os países árabes.

A afirmação do tenente-general foi proferida após a insistência do jornalista da Elpah, sítio baseado na Grã-Bretanha, fundado por um homem de negócios saudita, em saber se Israel tinha trocado informações recentemente com a Arábia Saudita.

O chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, que deu a primeira entrevista de um alto-responsável militar em exercício, disse também que a eleição de Donald Trump para Presidente dos Estados Unidos abriu “uma nova oportunidade para uma nova aliança internacional” no Médio Oriente.

“Precisamos de desenvolver um grande plano estratégico para parar a ameaça iraniana”, disse o militar israelita, acrescentando que Israel estaria interessado “em partilhar experiências e informações dos serviços secretos com os países árabes moderados”.

Eisenkot assinalou a necessidade de se impedir que o Irão tenha presença e influência no Iraque, Líbano, Bahrein, Iémen e Síria.

“É algo que devemos evitar”, afirmou.

O chefe de Estado-maior do Exército israelita recusou ainda a ideia de que Israel pretenda começar uma guerra com a milícia xiita libanesa Hezbollah, embora tenha observado que “não se aceitará nenhuma ameaça estratégica que o grupo terrorista apoiado pelo Irão possa representar”.

A tensão crescente da Arábia Saudita contra a influência do Irão no Líbano fez alguns analistas alertarem que Israel poderia ser atraído para uma nova guerra contra o Hezbollah sem querer, como disse hoje Eisenkot.

O Presidente iraniano, Hassan Rohani, denunciou recentemente que a Arábia Saudita está a juntar forças com os Estados Unidos e Israel para criar conflitos no Médio Oriente.

É um “erro estratégico e de cálculo”, disse Rohani.