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Incêndio na torre de Londres era “evitável” e houve “erros e omissões”

Foto Neil Hall/Reuters
Foto Neil Hall/Reuters

O presidente da câmara de Londres, Sadiq Khan, considerou hoje que o incêndio da torre Grenfell, que terá causado 58 mortos, era um “acidente evitável”, e que foi causado por uma série de “erros e omissões”.

O autarca falava no final de uma cerimónia religiosa organizada em homenagem às vítimas, numa igreja próxima do edifício de 24 andares, na zona oeste de Londres, que ardeu na quarta-feira, e onde viviam entre 400 e 600 pessoas.

O sinistro foi “um acidente evitável que não devia ter acontecido”, disse Khan à televisão BBC.

“Esta tragédia é consequência de erros e de omissões por parte de responsáveis políticos, da administração local [do bairro] e do governo”, adiantou.

Pelo menos 58 pessoas são consideradas como mortas no incêndio de origem desconhecida, anunciou no sábado a polícia, atualizando o balanço anterior de 30 mortos confirmados, com mais 28 pessoas presumivelmente mortas.

O elevado balanço causou a cólera dos sobreviventes e dos familiares e próximos das vítimas, que acusam as autoridades locais de não terem dado resposta aos seus alertas acerca da segurança do edifício, porque eram uma população maioritariamente de poucas posses.

“A comunidade local tem a sensação de ter sido maltratada, porque alguns deles são pobres”, disse Khan.

Num texto divulgado hoje pelo jornal The Observer, Sadiq Khan considera ainda “essencial que se saiba toda a verdade sobre o que se passou, e descobrir se os avisos foram ignorados”.

“Temos uma dívida para com todas as vítimas”, adiantou, “garantir que as suas famílias sejam devidamente apoiadas e que aquilo nunca mais aconteça”.

O Reino Unido observa na segunda-feira, às 11:00 locais (a mesma hora em Lisboa), um minuto de silêncio em memória das vítimas do incêndio na torre Grenfell.