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Defensor da eutanásia na África do Sul acusado de matar amigo tetraplégico

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O fundador de uma organização que defende a legalização da eutanásia na África do Sul, Sean Davison, foi preso por alegadamente ter assassinado um homem em 2013, anunciou hoje a polícia sul-africana.

Segundo a imprensa local, Sean Davison está a ser acusado pela morte de um amigo, Anrich Burger, que ficou tetraplégico após um acidente de carro.

Sean Davison compareceu hoje num tribunal na Cidade do Cabo e foi posto em liberdade sob controlo judicial, após o pagamento de uma fiança de 20 mil randes (1.170 euros), de acordo com a mesma fonte.

O Ministério Público disse que “novas informações foram descobertas”, segundo as quais “o acusado pode ter cometido outros crimes semelhantes”.

De acordo com o portal de notícias News24, um ano depois dos acontecimentos que lhe são imputados, Davison reconheceu numa entrevista que tinha ajudado Anrich Burger a morrer.

Sean Davison, fundador da organização Dignity SA, que defende o direito à eutanásia, proibido na África do Sul, também ajudou a sua mãe, que sofria de cancro em fase terminal, a morrer.

Em Março de 2015, um tribunal de Pretória reconheceu a um paciente com cancro o direito ao suicídio assistido.

O julgamento não teve efeito, uma vez que o requerente, Robin Stransham-Ford, um advogado aposentado de 65 anos, morreu sem ajuda algumas horas antes do veredicto do tribunal.

O sul-africano Desmond Tutu, Prémio Nobel da Paz em 1984 e antigo arcebispo anglicano de 86 anos, recentemente pediu o suicídio assistido para si e para outras pessoas em fim de vida.

Apenas alguns países, como a Bélgica, o Luxemburgo, a Holanda e alguns estados dos Estados Unidos permitem a eutanásia.

Ao contrário da eutanásia, o suicídio medicamente assistido significa que o próprio paciente realiza o acto que causa a sua morte.