Madeira

Albuquerque destacou papel de paz da União Europeia

None

Em vista à escola da Apel, esta terça-feira, o Presidente do Governo Regional falou sobre a função da política nas sociedades para uma plateia de alunos, docentes e outros membros da comunidade educativa.

Miguel Albuquerque sublinhou que tem como obrigação apoiar o ensino: “O ensino livre. Apoiamos o ensino público e o privado porque somos defensores da liberdade de escolha em termos de educação. O Estado não deve ter o monopólio da educação, deve dar condições para as famílias escolherem em que escolas querem estar. Essa decisão cabe num princípio fundamental que é o da liberdade de cidadania, a liberdade de escolher de cada um”, disse.

E, por isso, Albuquerque vincou que a participação política deve ser aproveitada por todos: “O cidadão numa democracia deve ser activo, tomar decisões individuais e colectivas relativamente ao meio onde vive, à sociedade que quer enfrentar todos os dias. Uma das bases da democracia é os cidadãos poderem participar de forma directa e indirecta nas decisões políticas”.

Políticas essas que, disse, têm dado resultados: “Hoje qualquer jovem da Madeira tem acesso ao ensino, isso decorreu de políticas que foram adoptadas. Quando nasci, em 1961, apenas uma minoria de jovens da Madeira tinha acesso ao ensino (...) Foi como consequência de decisões políticas que se construíram escolas na Madeira. O ensino secundário era reduzidíssimo, só uma minoria é que frequentava o liceu, só uma minoria é que frequentava o ensino. Quem frequentava eram os mais ricos que tinham possibilidade de colocar os filhos no ensino e pagavam, ou então aqueles que eram seleccionados sobretudo por via do trabalho que se fazia na Igreja, no seminários. Aquilo que temos hoje, o acesso à educação, terem a possibilidade de se formarem, terem a possibilidade de uma formação cultural, científica”. recordou.

O Presidente do Governo Regional lembrou ainda o caso da cantora madeirense que integra o grupo Ninfas do Atlântico como uma prova da aposta na educação regional: “A Micaela, que ganha concursos a nível nacional, é também uma consequência. Hoje a maioria dos jovens da Madeira têm formação musical e artística. O mesmo podemos dizer do desporto: temos campeões de andebol, futebol, badminton, esgrima, ténis de mesa. Porque apostamos 11 milhões de euros por ano do orçamento para apoiar os clubes, as associações e a formação desportiva nas escolas”.

Miguel Albuquerque recordou ainda o avô paterno, um dos líderes da Revolta da Madeira em 1931, para lembrar a importância da liberdade, da conquista do voto e, novamente, da possibilidade de qualquer cidadão participar activamente na vida político-social. Tudo isto para rematar: “A história é sempre feita de um processo que deve ser pensado. Hoje vocês têm algo que devem pensar: a possibilidade de circularem no mundo, no espaço magnifico que é a Europa. A Madeira está inserida da União Europeia (UE) e vocês devem pensar porque a UE foi constituída: Porque durante o século XX houve duas guerras: A I e II Grandes Guerras Mundiais, para além de outras menores. Essas guerras trouxeram aos europeus, sobretudo até 1945, mais de 100 milhões de mortos. A UE não foi constituída com objectivo económico, mas para criar uma união de paz entre os europeus e a importância da UE continua a ser essa. E hoje o grande desafio que vocês têm, e daí eu fazer este apelo para participarem na vida política, ouvir a vida pública, é continuar a ter uma sociedade de bem-estar, desenvolvida...”

O presidente falou ainda sobre o Erasmus, programa que acredita que deve ser aproveitado pelos estudantes madeirenses, como “símbolo que temos de construir no futuro: os jovens poderem circular na Europa”.