“Só numa terra tão próxima de África é que acontece negócios destes”

Gil Canha, deputado independente, considera o fretamento do ferry um “escândalo”

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A notícia que a ligação ferry entre a Madeira e o Continente será assegurada pelo ‘Volcan de Tijarafe’, navio já conhecido dos madeirenses que regressa, agora na condição de fretado pela Empresa de Navegação Madeirense à Naviera Armas, escandalizou o deputado independente, Gil Canha.

“Este fretamento do ferry é dos maiores escândalos que aconteceu na Madeira jardinista e albuquerquista. Só numa terra tão próxima de África é que acontece negócios destes. Então o grupo que fez tudo por tudo, juntamente com o Governo de Alberto João Jardim, para afugentar o Armas, condicionaram a carga, fizeram 31 por uma linha para sabotar a linha do Armas, agora, depois do Governo ter feito uma espécie de ‘forma à medida’, agora vem apresentar o mesmo barco”, recriminou.

Incrédulo que a Autoridade da Concorrência não se manifeste neste processo, Gil Canha considera “vergonhoso para a Madeira” que “uma empresa que já controla a operação portuária, já tem a cartelização do transporte marítimo para a Madeira, seja permitido que também controle o navio ferry, ainda por cima como intermediário”, contesta.

Sempre muito critico com o desenrolar deste processo, o deputado independente minimiza as características do ferry e os dados já revelados sobre a operação já agendada para arrancar no início de Julho, assumindo particular curiosidade em saber quais vão ser os preços a praticar pelo transporte de viaturas: “Estou desejando de ver o valor dos carros”.

De resto, mantém o ‘ataque cerrado’ ao Governo e ao operador, único concorrente para a concessão de serviços públicos de transporte marítimo de passageiros e de veículos, através de navio ferry, entre a Madeira e o Continente Português.

“Sabotaram a operação do Armas no passado, e agora, de uma forma quase fandanga, veem meter mão nesta operação, que no fundo é fechar o monopólio completo. Isto é mais uma prova que o Governo de Miguel Albuquerque é um desastre, como foi o de Alberto João Jardim, porque no meio disto tudo quem foi inteligente e goza com estes políticos é precisamente o Luís Miguel Sousa (...) que transformou o Grupo Sousa numa fortuna política, ganha com o monopólio dos Portos da Madeira”, disse.