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Livro de João Abel de Freitas mostra o percurso de um homem do regime que não era “salazarento”

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João Inocêncio Camacho de Freitas era um admirador assumido de Salazar, um homem do regime, foi Governador da Madeira e Capitão do Porto do Funchal mas, como afirmou Marcelino de Castro, “não era salazarento”. O percurso de Camacho de Freitas, uma das figuras mais destacadas da vida política da Madeira no tempo da ditadura e um defensor dos interesses da região, é retratado no livro ‘João Inocêncio Camacho de Freitas - Governador e Capitão do Porto do Funchal’, do economista João Abel de Freitas que foi apresentado, hoje, na Universidade da Madeira.

Marcelino de Castro, director da revista ‘Islenha’, apresentou o livro, numa cerimónia presidida pelo vice-reitor da UMa, Sílvio Fernandes e que contou com a presença do presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Tranquada Gomes e do presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque.

O livro aborda momentos importantes da vida da Madeira no início e meados do século XX e mostra as ideias de Camacho de Freitas para o desenvolvimento da Região.

João Abel de Freitas destaca as posições “discordantes” em relação a obras fundamentais para a Madeira, como a construção do Porto do Funchal, para o qual o governador chegou a apresentar um projecto próprio, mais ambicioso do que o actual e que foi mostrado durante a apresentação do livro.

Camacho de Freitas, refere o autor, apresentou propostas que “melindraram os poderosos do regime” que, no caso do Porto do Funchal, consideravam que esta infra-estrutura não deveria ser mais do que um porto de mercadorias.

Inocêncio Camacho de Freitas não conseguiu fazer vingar as suas ideias, porque não teve o apoio de Salazar, mas o tempo, como afirma João Abel e Freitas, acabaria por mostrar que tinha razão.

João Abel de Freitas, durante vários anos ligado ao Ministério da Economia, é autor de vários livros sobre as finanças da Região, a crise da banca madeirense, a Madeira na II Guerra Mundial ou a Revolta do Leite.