5 Sentidos

Arte comprada com açúcar da Madeira em exposição em Lisboa

A exposição ficará patente ao público no Museu Nacional de Arte Antiga até 18 de Março de 2018.
A exposição ficará patente ao público no Museu Nacional de Arte Antiga até 18 de Março de 2018.

A arte adquirida com o dinheiro do açúcar produzido na Madeira, entre os séculos XV e XVI, desde pintura, escultura e ourivesaria, vai estar em exposição no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, a partir de hoje.

Uma selecção de 86 obras, que o chamado “ouro branco” comprou naquele período de grande prosperidade económica, faz o conteúdo desta exposição que é inaugurada às 18:30, e abre ao público na quinta-feira, no âmbito das celebrações dos 600 anos da descoberta da Madeira.

‘As ilhas do ouro branco - Encomenda Artística na Madeira (séculos XV-XVI)’ é comissariada por Francisco Clode de Sousa e Fernando António Baptista Pereira.

Foi este “ouro branco” escoado para os mercados europeus, numa altura em que o açúcar ainda era raro e caro, que proporcionou um enorme desenvolvimento local na Madeira.

Os mercadores que levavam o açúcar para Bruges e Antuérpia, entre outras cidades da Flandres, regressavam regularmente à Madeira com muitas obras de arte, sobretudo de carácter religioso, entre pintura, escultura, artes decorativas e ourivesaria.

Na exposição, o público poderá ver, segundo os comissários, “a mais importante e emblemática escultura da Madeira, com extraordinária qualidade do entalhe escultórico”, uma Virgem e o Menino do século XVI, proveniente da Flandres.

Outras obras em destaque, da Flandres, são o Retábulo dos Reis Magos, de uma oficina de Antuérpia, de 1530, um óleo sobre madeira dourada e policromada, e o tríptico de Jan Provost, da escola flamenga, de 1529, com Nossa Senhora da Misericórdia ao centro, ladeada pelos santos Cristóvão, Paulo, Pedro e Sebastião.

Proveniente da Ásia, a cana-de-açúcar terá começado a ser importada da Sicília pelo Infante D. Henrique, que introduziu o seu cultivo na Madeira, um projecto de rápida expansão.

A exposição ficará patente ao público no Museu Nacional de Arte Antiga até 18 de Março de 2018.