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Situação calma em Besmayah onde estão militares portugueses

António Costa, acompanhado do ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, durante a visita à base militar de Besmayah, em Dezmebro passado. FOTO EPA
António Costa, acompanhado do ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, durante a visita à base militar de Besmayah, em Dezmebro passado. FOTO EPA

O Ministério da Defesa de Espanha assegurou hoje em Madrid que o contingente espanhol destacado no Iraque, que integra os militares portugueses no país, não sofreu qualquer ataque e que a situação está “calma e sem grandes alterações”.

Fonte do Ministério contactada pela agência Lusa referiu a “normalidade” na base de Besmayah, onde estão os militares espanhóis, sem fazer referência específica aos portugueses que aí também se encontram.

O comando militar do Iraque anunciou hoje que 22 mísseis atingiram o território do Iraque, não havendo vítimas entre as forças do Iraque.

“Entre as 01h45 e as 02h15 (22h45 e 23h15 de terça-feira) o Iraque foi bombardeado por 22 mísseis sendo que 17 foram contra a base aérea de Ain al-Assad e cinco contra a cidade de Arbil”, indica um comunicado iraquiano.

Nos Estados Unidos, o Pentágono confirmou os disparos, admitindo ser possível tratar-se de um ato de retaliação pela morte do general Qassem Soleimani, comandante da força de elite Al-Quds, que morreu na sexta-feira num ataque aéreo em Bagdad, capital do Iraque, ordenado pelo Presidente dos EUA, Donald Trump.

Por seu lado, a Ministra da Defesa em exercício, Margarita Robles, que está em contacto permanente com o contingente espanhol destacado no Iraque, também declarou que os militares espanhóis estão “calmos”.

A Espanha tem cerca de 550 militares estacionados na base Gran Capitan em Besmayah, a cerca de 40 km a sudeste de Bagdad, mais outros três na capital do país.

Treze militares espanhóis estavam destacados em Bagdad como parte da operação da NATO no Iraque, mas dez deles foram transferidos para o Kuwait, depois de a organização internacional ter decidido “reposicionar” temporariamente parte do seu pessoal no Iraque para diferentes locais dentro e fora do país.

Com esta medida preventiva, a NATO está a tentar proteger o seu pessoal da escalada de tensão que se seguiu ao ataque dos EUA que matou o general iraniano Qasem Soleiman em Bagdad.

O ministro da Defesa de Portugal, João Gomes Cravinho, disse na segunda-feira à Lusa que os 35 militares portugueses em missão no Iraque estão “tranquilos e salvaguardados”, aguardando o retomar das acções de formação suspensas, e defendeu que é prematuro falar em retirada.

“Temos os nossos militares perfeitamente tranquilos e salvaguardados. Besmayah está a 40 quilómetros de Bagdad e é um local resguardado. Eles estão bem e não há nenhum tipo de perigo imediato”, declarou então.

Questionado pela Lusa, o ministro da Defesa confirmou que as acções de formação e treino ministradas pelos portugueses na base militar de Besmayah estão suspensas e disse o Governo mantém uma posição de “prudência”, aguardando os desenvolvimentos da situação.

Os militares portugueses actualmente integrados na coligação internacional estão afectos em exclusivo ao treino e formação das forças iraquianas.