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Orçamento para 2020 com mais de 11 mil milhões para gastar em Saúde

Conheça as principais medidas

Governo prevê investir mais de 100 milhões de euros no próximo ano em seis novos hospitais, incluindo o da Madeira.
Governo prevê investir mais de 100 milhões de euros no próximo ano em seis novos hospitais, incluindo o da Madeira.

O orçamento da Saúde para o próximo ano ascende a mais de 11 mil milhões de euros, aumentando 941 milhões face ao orçamento inicial deste ano de 2019.

O crescimento de 10% no orçamento para a área da saúde representa, como refere o Governo na proposta de Orçamento de Estado (OE) para 2020 o começo de um “novo ciclo” para o Serviço Nacional de Saúde.

Eis algumas das principais medidas do OE 2020 para o sector da saúde e para o Serviço Nacional de Saúde (SNS):

Profissionais de saúde

- Reforço de 8.400 profissionais em 2020 e 2021 para o SNS. Para o próximo ano deverão ser contratados cerca de 4.000.

- Melhores compensações aos profissionais por horas extra em serviço de urgência para compensação pela penosidade.

- Reduzir e substituir gradualmente o recurso a empresas de trabalho temporário e de subcontratação de profissionais de saúde.

- Para a “motivação dos profissionais de saúde”, o Governo propõe rever o modelo de pagamento pelo desempenho das unidades de saúde familiar (USF) de modelo B (o mais avançado e com mais incentivos.

- Alargar o modelo de pagamentos de incentivos das USF modelo B aos profissionais que trabalhem em centros de responsabilidade integrados -- estruturas nos hospitais com maior autonomia de funcionamento.

Cuidados de saúde primários

- Eliminação das taxas moderadoras nas consultas nos centros de saúde, mas de forma faseada.

- Alargamento do Programa Nacional de Vacinação, com investimento estimado de quase 11 milhões de euros.

- Abertura de 30 novas USF, com um custo de cerca de 10 milhões de euros/ano.

- Alargamento da oferta de saúde oral nos centros de saúde, com uma verba de 1,8 milhões de euros.

- Reforço de psicólogos e nutricionistas.

- Dotar mais utentes de uma equipa de saúde familiar (não apenas de médico de família, mas também enfermeiro de família).

Cuidados continuados e saúde mental

- Criar 800 novas camas de internamento em cuidados continuados e paliativos, com um custo de cerca de 40 milhões de euros.

- Criar 200 novas respostas na área da saúde mental, que passam também por equipas comunitárias, com encargos de 1,3 milhões.

- Transferir internamento de psiquiatria de agudos de hospitais psiquiátricos para hospitais gerais e requalificar a unidade de psiquiatria forense do Hospital Sobral Cid, em Coimbra.

- Implementar as primeiras 10 unidades de dia e de promoção de autonomia e criar 10 novas equipas de suporte em cuidados paliativos, com investimentos de 1,1 e dois milhões de euros, respectivamente.

Hospitais

- Os hospitais EPE passam a ter o dobro do tempo (seis meses) para contraírem novas dívidas sem terem uma previsão de receita. Revisão dos prazos da Lei dos Compromissos que pode trazer uma folga às unidades EPE.

- Relançar o modelo de organização em centro de responsabilidade integrado, cujo impacto se estima próximo dos 100 milhões de euros.

- Reorganização das urgências metropolitanas e regionais.

- Avaliação de um modelo de “responsabilidade financeira por doentes internados em hospital do SNS por falta de resposta social”.

- Consolidar o projecto de identificação dos utilizadores frequentes da urgência e reforçar o papel dos níveis de gestão intermédia nos hospitais públicos, com vinculação à realização de contratualização interna.

Investimento em infra-estruturas e equipamentos

- Mais de 100 milhões de euros em 2020 para o avanço de seis novos hospitais, projectados para um investimento global de 950 milhões até 2023. Entre os novos hospitais cuja construção deve acontecer nos próximos quatro anos está o Pediátrico Integrado do São João, Lisboa Oriental, Seixal, Sintra, Alentejo e Madeira.

- Intervenções em 10 centros hospitalares, num montante de 91 milhões de euros até 2021.

- Ampliação, renovação de estruturas e equipamento informático ou médico no SNS com um investimento de 179,3 milhões de euros em 2020, dos quais 101 milhões financiados por fundos próprios.

Outras medidas

- Empresas de dispositivos médicos que forneçam o SNS terão de pagar uma contribuição extraordinária em 2020, calculada em função dos montantes adquiridos. Regime visa “garantir a sustentabilidade do SNS” e é aplicado a fornecedores de dispositivos médicos, que incluem os dispositivos para diagnóstico in vitro. A receita obtida é consignada a um fundo de apoio à compra de tecnologias de saúde inovadoras para o SNS, que terá de ser criado.

- A alternativa à contribuição extraordinária nos dispositivos médicos é o estabelecimento de acordos com o Estado em que se fixem objectivos para os valores máximos da despesa pública na compra de dispositivos.

- A ADSE só passa a financiar faturas submetidas no sistema e-factura e não financia também facturas cujo valor “respeite a mais de uma consulta” ou em que “haja fraccionamento da facturação de actos ou cuidados de saúde”.